Justiça suspende proibição de burkini em cidade na França

Temporário, veto pode abrir precedente para decisões semelhantes em outras cidades que mantém a proibição

A Suprema Corte Francesa anunciou nesta sexta-feira, 26, o veto à proibição do burkini – traje de banho utilizado por praticantes do islamismo – que, recentemente, motivou série de conflitos e debates em diversas regiões da França. A decisão, referente apenas à cidade de Villeneuve-Loubet-, levou em conta que a proibição é “seriamente e claramente ilegal, viola o direito fundamental de ir e vir, a liberdade de opinião e crença, e as liberdades individuais”.

Movida pelo grupo Liga dos Direitos Humanos, a vitoriosa ação pode abrir caminho para decisões semelhantes nas outras 29 cidades que hoje proíbem o uso da vestimenta. Entretanto, o veto em Villeneuve ainda é temporário e aguardará novas análises nos próximos dias.

Traje de banho gerou conflitos entre franceses e muçulmanos nas últimas semanas

Apesar da aparente abertura a respeito do assunto o prefeito da cidade de Sisco, na Córsega, defendeu a proibição imposta no dia 13 de agosto após conflito entre islâmicos e populares. “A tensão está muito, muito, muito alta aqui, e eu não vou recuar”, ressaltou em entrevista Ange-Pierre Vivoni.

O prefeito de Sisco não foi o único a se manifestar favoravelmente à decisão. Representantes de outras cidades onde a proibição prevalece reforçaram a decisão do veto à vestimenta. Em nota, a prefeitura de Nice divulgou que “continuará multando” as mulheres que usarem o traje.