Surto de febre amarela pode ter relação com desastre de Mariana
Ao Estadão, a bióloga da Fiocruz Márcia Chame explicou a relação entre os casos e a tragédia
A bióloga da Fiocruz Márcia Chame afirmou, em entrevista ao Estadão, que o aumento de casos suspeitos de febre amarela em Minas Gerais pode ter relação com a tragédia de Mariana, ocorrida em novembro de 2015.
Segundo a especialista, grande parte das cidades mineiras que identificaram casos de pacientes com sintomas da doença está localizada na região próxima ao Rio Doce, afetado pelo rompimento da Barragem de Fundão, da Samarco.
“Mudanças bruscas no ambiente provocam impacto na saúde dos animais, incluindo macacos. Com o estresse de desastres, com a falta de alimentos, eles se tornam mais suscetíveis a doenças, incluindo a febre amarela.Isso pode ser um dos motivos que contribuíram para os casos. Não o único”, explicou a bióloga.
- Como reconhecer a deficiência de vitamina K e seus efeitos no corpo?
- Atletas de final de semana: 5 principais fatores que podem levar à artrose do joelho
- Carnes processadas elevam risco de hipertensão, mostra estudo brasileiro
- Ombro congelado e diabetes: como a doença afeta sua articulação
Veja também:
- Febre amarela: saiba onde encontrar vacina em São Paulo
- Febre amarela: causas, prevenção e tratamentos
Ainda de acordo com Chame, essa região do estado já sofria o impacto ambiental provocado pela mineração, então, isso tudo seria consequência de um um conjunto de coisas que vão se acumulando.
Também foram notificadas mortes de macacos na região próxima de Colatina, cidade no Espírito Santo afetada pelo desastre. No entanto, não há comprovação de que os macacos morreram por febre amarela.
“Ambientes naturais estão sendo destruídos. No passado, o ciclo de febre amarela era mantido na floresta. Com a degradação do meio ambiente, animais acabam também ficando mais próximos do homem, aumentando os riscos de contaminação”, disse a bióloga.
- Leia mais: