‘Tem ódio mortal de mim’, diz advogada morta em relato à amiga
A defesa de Luis Felipe Manvailer alega que as conversas estão "fora de contexto"
A defesa da família de Tatiane Spitzner, advogada que morreu no dia 22 de julho, após cair da janela do quarto andar do apartamento em que morava com o marido, Luis Felipe Manvailer, suspeito de cometer o crime, apresentou uma série de provas contra o biólogo, entre as quais prints de conversa via WhatsApp trocadas entre Tatiane e uma amiga.
As conversas são datadas dos meses de março a julho, e nelas a advogada relata problemas conjugais e um iminente divórcio. A defesa de Luis Felipe afirma que as mensagens entre Spitzner e a amiga no mensageiro “estão fora de contexto”.
Conforme é possível ler nas conversas, a advogada relata à amiga que “um divórcio” estava “em andamento” e que “não conhece a pessoa que tem ao seu lado”.
Ainda, ela diz que não estava mais conseguindo manter uma conversa com o marido e que ele a “humilhava sem ter feito nada”, e que “não podia abrir a boca que era criticada, cortada”.
Em outro trecho, Tatiane Spitzner revela que Luis Felipe era “grosseiro, estúpido, falou que tem ódio mortal de mim, que não sabe quando essa raiva vai passar, que não quer nem falar comigo. Só quer paz e que eu não encha o saco. Só tem um detalhe… eu nem vejo ele, sequer conversamos, eu trabalho manhã e tarde, e ele à noite”.
“Queria ele sem dar em cima de ninguém, sem me maltratar. Mas pedir o simples é muito”, diz a advogada em outro trecho.
PRISÃO
Luis Felipe Manvailer está preso, acusado pela morte da esposa, a advogada Tatiane Spitzner, que faleceu no dia 22 de julho, após cair do quarto andar do prédio em que morava com o biólogo, em Guarapuava, no Paraná.
Minutos antes de sua morte, Tatiane aparece nas câmeras de segurança do edifício sendo agredida por Luis Felipe em pelo menos três ocasiões: dentro do carro, ainda do lado de fora do prédio, no estacionamento do condomínio e no elevador.
Em determinada parte da gravação, a advogada tenta fugir das mãos do marido, mas é impedida. Já dentro do elevador, ela tenta descer no térreo, e novamente é impedida pelo biólogo, que a chacoalha violentamente.
Momentos depois de descer e buscar o corpo da mulher já desfalecido, Manvailer foge usando o carro da vítima, sendo preso horas depois em São Miguel do Iguaçu, a 340 km de Guarapuava.
Em depoimento, ele se diz “inocente” e afirma que “não consegue apagar as imagens” de Tatiane se jogando pela janela e conta que “ama muito” a esposa.
Para os investigadores responsáveis pelo caso, as imagens das câmeras de segurança que mostraram Manvailer agredindo Tatiane serão decisivas para comprovar que a advogada foi vítima de feminicídio.