Testemunhas desmentem depoimento de suspeito de assassinar Daniel
Os jovens que prestaram depoimento à polícia contradisseram versão do empresário Edison Brittes que confessou o crime em entrevista à RPC TV
Quatro testemunhas ouvidas pela polícia do Paraná nesta terça-feira, 6, desmentiram a versão contada pelo empresário Edison Brittes e sua esposa Cristiana Brittes, sobre a morte do jogador Daniel Corrêa, que foi brutalmente assassinado no dia 27 de outubro. Em entrevista à RPC TV, Edison assumiu autoria do crime.
Os depoimentos foram colhidos na Delegacia Regional de São José dos Pinhais (PR), cidade onde o crime aconteceu. As testemunhas temem represálias e, por isso, tiveram suas identidades preservadas – elas estão sob proteção policial.
De acordo com informações do portal R7, todos os quatro jovens compareceram à festa de aniversário de Allana Brites na noite anterior ao crime, que aconteceu em uma casa noturna da cidade.
O assassinato ocorreu na manhã posterior à festa, quando um grupo de aproximadamente dez pessoas foram convidadas para uma continuação na casa de Allana, entre os quais estava Daniel.
Segundo as testemunhas, ao contrário do que Edison havia dito anteriormente, a porta do quarto do casal não foi arrombada pelo empresário ao ver a esposa supostamente sendo estuprada pelo jogador. Conforme eles disseram em depoimento, o arrombamento aconteceu depois do assassinato do atleta, que teve o corpo abandonado em um matagal.
Ainda segundo o R7, outra atitude tomada com o objetivo de esconder a participação no crime, de acordo com relato das testemunhas, foi o telefonema dado por Edison à mãe do jogador, dois dias depois da morte de Daniel.
Segundo o G1, o delegado da Polícia Civil de São José dos Pinhais, Amadeu Trevisan, disse que Cristiana e Allana Brittes, mãe e filha, respectivamente, mentiram em seus depoimentos.
De acordo com o delegado, as duas mulheres combinaram uma versão com Edison a respeito do espancamento e morte do atleta.
Trevisan descarta ainda que Daniel tenha tentado estuprar Cristiana. “Confrontando as mensagens que Daniel trocou com amigos e os depoimentos, parece que Daniel só fez uma brincadeira infeliz, mas não há indícios de tentativa de estupro”, pontuou ele.
Edison, Cristiana e Allana foram presos na semana passada. O Ministério Público deverá denunciar os três à Justiça por suspeição de homicídio doloso – meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e fraude processual.