Thais Bezerra, de mestre de bateria da Lapa à Califórnia
Por revista "Gênero e Número" e bloco Mulheres Rodadas
Quando o apito da mestre de bateria Thaís Bezerra soar, no sábado de carnaval, no centro do Rio, à frente do Multibloco, dezenas de ritmistas vão embalar o cortejo tocando Elis Regina, Maria Bethânia, Elza Soares, a contemporânea Karol Conka, entre muitas outras. O desfile do bloco, um dos mais badalados do Carnaval carioca, neste ano reverencia mulheres da música brasileira. A escolha do tema tem o dedo de Thaís, que também é cofundadora do bloco.
Ela divide a liderança da agremiação com um homem e diz que não sofre opressões masculinas diretas quando dita o ritmo no Carnaval à frente dos ritmistas, mas sabe que é preciso valorizar sempre o trabalho realizado por mulheres.
“Termina sendo inevitável levantar essa bandeira [por mais mulheres] quando a gente vê a pouca presença feminina na regência e percebe que quase sempre aquelas que tocam estão na percussão, e não na regência”, diz ela, que observa essa dinâmica o ano inteiro, no Brasil e em outros países.
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Thaís circula muito. Viaja bastante. Quando o Multibloco saiu pela primeira vez pelas ruas do bairro da Lapa, em 2008, já havia dez anos do seu ingresso na Escola de Música Villa-Lobos. Desde então, subiu em muitos palcos cariocas e de tantas outras cidades do país e seguiu estudando educação musical.
Leia aqui a íntegra do perfil.
- Este texto é parte do ensaio “Quem dá a letra do seu Carnaval“, produzido pela revista “Gênero e Número” e pelo bloco de Carnaval Mulheres Rodadas. Acompanhe as trajetórias de dez mulheres que vivem a cultura carnavalesca de fevereiro a fevereiro na página especial da campanha #CarnavalSemAssédio.