Tiros em Paraisópolis não foram atentado contra Tarcísio; Entenda:
Até o candidato reconheceu não ter relação com ele o episódio
Durante coletiva de imprensa, na tarde desta segunda-feira, 17, o general João Camilo Pires de Campos, chefe da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), negou a possibilidade de atentado contra o candidato bolsonarista ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na região de Paraisópolis, zona sul da capital paulista, após disparos terem sido feitos na comunidade pela manhã.
![Candidato do Republicanos estava no terceiro andar de um prédio em Paraisópolis](https://catracalivre.com.br/wp-content/uploads/2022/10/tiros-em-paraisopolis-nao-foram-atentado-contra-tarcisio-entenda.png)
“Até agora, o que temos são dados preliminares. Houve um ruído com a presença policial naquela área. O tiroteio ocorreu a 100 metros de onde o candidato estava e, obviamente, isso assusta. A retirada dele foi para preservar a segurança”, afirmou o chefe da SSP-SP.
Segundo Campos, uma pessoa que trocou tiros com a polícia morreu. “Nenhuma hipótese é dispensada, contudo, [com] os dados que nós temos até agora, eu não considero que esse fato que vá ao encontro do que o próprio candidato comentou [atentado], talvez ruído com a presença policial, talvez intimidação”, disse.
“Na nossa opinião, ainda é prematura, com os dados que nós temos, dizer isso [que foi atentado]. Eu entendo que a investigação vai ser ampla, mas essa hipótese ainda, entendemos, o confronto, a presença policial, o ruído, é isso que nós entendemos”, completou.
Ne internet, apoiadores de Bolsonaro e Tarcísio tentaram emplacar a ideia de que o ocorrido teria sido um atentado contra Freitas e faturar politicamente com o episódio. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) chegou a insinuar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato que lidera a corrida eleitoral à presidência da República, à frente de Jair Bolsonaro (PL), teria relação com o tal ‘atentado’.
“Lula disse no debate que ele é o único candidato que entra na favela sem colete e sem precisar de polícia. Hoje: Tarcísio Freitas sofre atentado em Paraisópolis. Tirem suas conclusões”, disse Zambelli. “O PT tem diálogos cabulosos com o PCC”, acusou a bolsonarista.
No Twitter, o repórter da TV Globo Victor Ferreira desmentiu a versão de que Tarcísio teria sofrido um atentado durante agenda de campanha em Paraisópolis. “Conversei com moradores de Paraisópolis e gente que trabalha em UBS na região e viu os tiros. Os relatos são unânimes: o tiroteio não foi no mesmo local em que Tarcísio estava. Quem já ouviu um tiroteio sabe que tiros podem ser ouvidos de longe”, informou Ferreira.
Conversei com moradores de Paraisópolis e gente que trabalha em UBS na região e viu os tiros. Os relatos são unânimes: o tiroteio não foi no mesmo local em que Tarcísio estava.
Quem já ouviu um tiroteio sabe que tiros podem ser ouvidos de longe.— Victor Ferreira (@VictorFerreira) October 17, 2022
A polícia militar que atua na região informou que os tiros disparados na comunidade não tinham como alvo premeditado Tarcísio de Freitas. O Ministério Público (MP) não tem indícios de ameaça de morte do Primeiro Comando da Capital (PCC),que controla a região, contra nenhum dos candidatos ao Poder Executivo.
Horas após os bolsonaristas espalharem a versão do atentado, Tarcísio realizou entrevista coletiva na capital paulista, em que afirmou que o tiroteio não teve relação com as eleições. Segundo o candidato, foi um “ato de intimidação”.
“Não foi um atentado contra a minha vida, não foi um atentado político, não tinha cunho político-partidário. Foi um ataque no sentido de que, se você intimida uma pessoa que está lá fazendo uma visita, isso é um ataque”, disse.