Tiroteio na Cracolândia: violência e gás lacrimogênio no centro de SP

Moradores da região usaram as redes sociais para denunciar a truculência com que a Polícia Militar tratou os dependentes químicos em situação de rua

Um tumulto generalizado tomou conta da região da Cracolândia, no centro de São Paulo, na manhã desta quarta-feira, 15. Com direito a tiroteio e bombas de gás lacrimogênio, a Polícia Militar entrou em conflito com dependentes químicos em situação de rua.

Tiroteio na Cracolândia: policiais são flagrados torturando dependentes químicos
Créditos: reprodução/Twitter
Tiroteio na Cracolândia: policiais são flagrados torturando dependentes químicos

Sem dar detalhes de como teria sido a ação, a PM se limitou a dizer ao Estadão que os policiais agiram em resposta a uma ação truculenta dos transeuntes.

Pelas redes sociais, moradores da região gravaram cenas da violência e compartilharam com outros seguidores, denunciando a truculência com que os PMs trataram os dependentes químicos. Um internauta chega a chamar a ação de “tortura”.

Caso de saúde pública

Não é de hoje que o governo estadual enxerga o problema da dependência química como um caso de segurança pública. Medidas higienistas de exterminar a população de rua da região são recorrentes, mas esquecem-se de que o vício em drogas precisa ser tratado, pelo menos, como caso de saúde pública, colaborando com a recuperação dos usuários.

O problema da dependência química é muito maior e mais complexo, e devem ser consideradas as questões biológicas, psicológicas e sociais do dependente, a fim de evitar visões unilaterais do seu quadro.

Sendo assim, a dependência química é entendida como um sintoma e não como uma causa. O dependente, na tentativa de viver continuamente sob o princípio do prazer, incorpora o consumo de uma substância ao seu cotidiano, o que vem a gerar a dependência.

Por isso, indicamos a leitura deste texto (clique aqui) a fim de que você possa ter maiores reflexões a respeito da dependência química e como tratá-la. Exterminar os dependentes não é humano, não é ético, e não é a solução.