Trans que teve dente quebrado por homem ganha reconstrução
"Espero que dê tudo certo no meu tratamento. E o homem que fez isso comigo pague pelo que ele fez. Ele é transfóbico", disse Priscyla
A mulher trans que teve o dente quebrado por um homem, na última quinta-feira, 9, em São Paulo, reconstruiu o sorriso após tratamento.
Priscyla Rodrigues viralizou nas redes sociais ao aparecer em um vídeo apanhando do morador da Zona Sul da capital. No último sábado, 11, ela recebeu gratuitamente uma prótese provisória feita por um dentista que se solidarizou com sua situação.
Também recebeu sem qualquer custo tratamento dentário bancado pela Turma do Bem, que tem dentistas voluntários, que se sensibilizaram com o drama da jovem. A ONG oferece ajuda a mulheres sis e trans que são vítimas de violência.
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“No momento estou feliz pelo começo”, falou Priscyla, na últma segunda-feira, 13, ao g1. “Espero que dê tudo certo no meu tratamento. E o homem que fez isso comigo pague pelo que ele fez. Ele é transfóbico”.
Na terça-feira, 14, ela foi a uma delegacia especializada, onde reconheceu o agressor por fotografia. Apesar de já ter o nome do suspeito, a Polícia Civil quer analisar mais vídeos que o mostrariam agredindo outras mulheres transexuais, todas garotas de programa, para ter a convicção de que se trata da mesma pessoa e, após isso, confirmar a sua identidade.
Em outra gravação, feita no começo do mês no mesmo local, um morador aparece jogando água em uma trans. Os dois casos foram na Zona Sul da capital.
Sorriso destruído
Na semana passada, a jovem de 26 anos tinha dito à reportagem que o agressor “destruiu o sorriso”. Priscyla ainda teve hematomas na face, pernas e braços e alegou que o homem fraturou seu nariz.
O motivo das agressões foi o fato de ela estar trabalhando como garota de programa em uma esquina do bairro da Saúde. Quem filmou a violência contra ela foi outra transexual, que compartilhou o vídeo nas redes sociais. Nas imagens é possível ver o agressor dando socos no rosto de Priscyla, que pede para acionarem a polícia.
“A gente ficou chocado vendo as imagens da agressão contra Priscyla”, disse a diretora da ONG, Amanda Monteiro.