Trump anuncia saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris

"O Acordo de Paris é mais um exemplo de Washington entrando em um acordo que é desvantajoso para os americanos", justificou o presidente

O presidente Donald Trump anunciou nesta quinta-feira, dia 1º, a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas. O documento visa limitar o aumento da temperatura global com a redução das emissões de gases do efeito estufa.

“O Acordo de Paris é mais um exemplo de Washington entrando em um acordo que é desvantajoso para os americanos”, justificou Trump. Ele ainda disse que os EUA estão saindo do acordo, mas que irão “começar a negociar um acordo justo”.

O tratado internacional foi assinado por 195 países durante a cúpula da ONU, a COP 21, em dezembro de 2015. O texto prevê que as nações devem trabalhar para que o aquecimento fique muito abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais.

O presidente Donald Trump já havia anunciado a intenção de deixar o acordo

A decisão dos EUA, que é o segundo maior produtor mundial de gás de efeito estufa, pode enfraquecer muito o tratado. Com a saída, os norte-americanos se juntam à Síria e à Nicarágua como os únicos países fora do acordo.

Quando assinou o documento, Washington tinha se comprometido a reduzir em 28% sua produção de gases de efeito estufa e transferir cerca de US$ 3 bilhões (cerca de R$ 9,6 bilhões) para países pobres.

No entanto, antes de ser eleito, Trump descreveu o aquecimento global como uma enganação criada pela China para prejudicar as empresas norte-americanas. Ele chegou a anunciar que iria “cancelar” o tratado nos primeiros 100 dias depois de sua posse.

Segundo o presidente, a decisão seria necessária para favorecer as empresas petrolíferas e produtores de carvão dos Estados Unidos, garantindo maior crescimento econômico e novos empregos.

À época da reunião da ONU, o texto foi denominado “acordo” para permitir que Barack Obama pudesse utilizar seus poderes presidenciais para ratificá-lo sem pedir a permissão do Congresso, então controlado pelo Partido Republicano. Por isso, Trump tem poderes para retirar os EUA do tratado.

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