TSE investiga Bolsonaro sobre compra de conversas anti-PT

Jorge Mussi dará um prazo de cinco dias para candidato se explicar

19/10/2018 20:40

Chapa de Bolsonaro e Mourão pode ser impugnada, caso seja comprovado compras de disparos no WhatsApp
Chapa de Bolsonaro e Mourão pode ser impugnada, caso seja comprovado compras de disparos no WhatsApp - Fernando Frazão/Agência Brasil

Jorge Mussi, corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), abriu uma ação na noite desta sexta-feira, 19, para investigar a compra de serviços de divulgação em massa de mensagens a favor de Jair Bolsonaro, via WhatsApp.

A medida foi em decorrência de um pedido do Partido dos trabalhadores (PT) contra o adversário do PSL, à candidatura pela presidência da república.

De acordo com o jornal “Folha de S. Paulo”, apesar da ação, o ministro negou o pedido de medidas cautelares feito pelos advogados do partido de Fernando Haddad, que queriam que houvesse busca e apreensão imediata.

Com isso, Mussi mandou uma ordem para notificar Jair Bolsonaro, e ele terá o prazo de cinco dias para se manifestar sobre as acusações.

WhatsApp notifica agências

Campanha a favor de Jair Bolsonaro que circula no WhatsApp será investigada
Campanha a favor de Jair Bolsonaro que circula no WhatsApp será investigada - Reprodução / Facebook

Após o esquema descoberto pela Folha de S. Paulo, o WhatsApp enviou notificação extrajudicial para as agências Quickmobile, Yacows, Croc services e SMS Market determinando que elas cancelem o envio de mensagens em massa e parem de usar os números de celulares obtidos pela internet. As contas dessas agências na rede social também foram banidas.

Segundo a reportagem publicada nesta quinta-feira, 8, empresários bancaram ilegalmente campanhas anti-PT com pacotes de disparos de mensagens em massa no WhatsApp. A prática é proibida pela legislação eleitoral porque representa uma doação não declarada feita por empresas.

Se forem comprovadas as irregularidades, a agência AM4 e outras serão notificadas pela Justiça. De acordo com o WhatsApp, o envio de mensagens com conteúdo eleitoral não fere as regras desde que utilize apenas nomes e telefones de apoiadores dos próprios candidatos, que voluntariamente os cederam.

Porém, o que foi feito é ilegal, pois diversas agências venderam bases de usuários de terceiros, de origem desconhecida, segmentadas por região e perfil. “Estamos tomando medidas legais para impedir que empresas façam envio maciço de mensagens no WhatsApp e já banimos as contas associadas a estas empresas”, informou o WhatsApp em nota.

Nesta sexta-feira, 19, a a presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a ministra Rosa Weber, fará uma reunião com PT e aliados para discutir o caso.