TSE vai investigar Bolsonaro por ataques às urnas eletrônicas

Pela manhã, Bolsonaro chamou o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, de “imbecil”

Por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitora (TSE) decidiu abrir inquérito para investigar ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à legitimidade das urnas eletrônicas.
O TSE também pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que Bolsonaro seja investigado por disseminação de fake news.
A votação aconteceu após um discurso contundente do presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, contra o presidente. A proposta partiu do corregedor eleitoral, ministro Luís Felipe Salomão.

TSE vai investigar Bolsonaro por ataques às urnas eletrônicas
Créditos: Nelson Jr./ ASICS/TSE
TSE vai investigar Bolsonaro por ataques às urnas eletrônicas

Os crimes apontados são “abuso do poder econômico e político, uso indevido de veículos de imprensa, corrupção e ataques à legitimidade das eleições”. A investigação vai mirar a conduta de Bolsonaro e pode resultar em inelegibilidade.

Luís Felipe Salomão determinou ainda que o inquérito administrativo tramite em caráter sigiloso, ressalvando-se os elementos de prova que, já documentados, digam respeito ao direito de defesa.

Desde que foi eleito, Bolsonaro afirma que houve fraudes em 2018 e que ele teria vencido o pleito em primeiro e não em segundo turno.

Pela manhã, Bolsonaro voltou a fazer ataques ao TSE. O presidente chamou Barroso de “imbecil”, e, novamente, subiu o tom contra o que chama de “fraudes”, se o atual sistema eleitoral, com urnas eletrônicas, não for mudado para impressão do voto.

“As democracias contemporâneas são feitas de votos, são feitas do respeito aos direitos fundamentais e são feitas de debate público de qualidade. A ameaça à realização de eleições é uma conduta antidemocrática. Suprimir direitos fundamentais, incluindo os de natureza ambiental, é uma atitude antidemocrática. Conspurcar o debate público com desinformação, mentiras, ódio e teorias conspiratórias é conduta antidemocrática”, afirmou Barroso.

Em defesa das urnas eletrônicas

Nesta segunda-feira, 2, ex-presidentes do TSE desde 1988 assinaram uma carta em defesa da democracia.
No documento, eles destacaram que “eleições livres, seguras e limpas são da essência da democracia. No Brasil, o Congresso Nacional, por meio de legislação própria, e o TSE, como organizador das eleições, conseguiram eliminar um passado de fraudes eleitorais que marcaram a história do Brasil, no Império e na República”.