Turquia elogia Özil: “marcou gol contra o vírus do fascismo”

Em meio à polêmica, na última segunda-feira, 23, a chanceler Angela Merkel disse que respeita a decisão de Mesut Özil

Após anunciar que deixará a seleção alemã, depois de ser vítima de racismo, o jogador Mesut Özil foi elogiado pelo ministro turco da Justiça, Abdülhamit Gül: “Felicito Mesut Özil que, ao deixar a seleção nacional alemã, marcou seu melhor gol contra o vírus do fascismo”, tuitou Gül. Em meio à polêmica, na última segunda-feira, 23, a chanceler Angela Merkel disse que respeita a decisão do atleta.

No comunicado divulgado no último domingo, 22, pelo Twitter, o jogador alemão de origem turca acusou o presidente da federação de futebol, Reinhard Grindel, de racismo. “Com muita dor e depois de muitas considerações sobre o ocorrido, não continuarei jogando para a seleção alemã enquanto houver esse sentimento de racismo e desrespeito”.

Ex-deputado conservador, Grindel sempre criticou o multiculturalismo durante sua carreira política. “Para Grindel e os que o apoiam, sou alemão quando vencemos e imigrante quando perdemos”, ressaltou o jogador. Em nota, a Federação disse recusar “categoricamente que a DFB esteja associada ao racismo”.

Em 92 jogos pela seleção, Mesut Özil balançou as redes 23 vezes

 Berlim x Ancara 

O impasse envolvendo a decisão de Özil teve início há algumas semanas, após o atleta ser fotografado ao lado do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.

Com a divulgação da foto, o jornal Bild passou a pedir a saída do jogador – sobretudo por conta das relações entre os dois países que se agravaram desde a tentativa de golpe de Estado na Turquia em 2016. O mandatário turco chegou a comparar os tempos de nazismo com a Alemanha dos dias atuais.

Apesar da polêmica, o jogador alegou que o encontro não teve motivação política e a ocasião se deu por conta de uma festa beneficente. Com informações da RFI.