Universidade no Ceará pode nomear primeira reitora trans do Brasil

Pedido será entregue ao novo ministro da educação, Cid Gomes

06/01/2015 15:03 / Atualizado em 04/05/2020 16:44

Após nomear Nilma Lino Gomes como a primeira reitora negra de uma universidade federal brasileira, a Universidade Federal de Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) pode quebrar outro paradigma: ter a primeira reitora travesti do país.

Luma Nogueira de Andrade, Doutora em Educação pela UFC (Universidade Federal do Ceará), mestra em Desenvolvimento e Meio Ambiente, é a primeira professora universitária travesti do país. E pode ir além. Isso porque com a saída de Nilma, que assumirá a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, Luma é a principal indicada para ocupar o cargo na reitoria.

Unilab dá posse para a primeira professora travesti do Brasil
Unilab dá posse para a primeira professora travesti do Brasil

Apoiada pelos estudantes da instituição, a possível nomeação da docente é endossada pelo movimento “Queremos Luma Lá”. Realizada desde dezembro do ano passado, a campanha deve ser encaminhada ao ministro da educação, Cid Gomes, que definirá o nome do novo reitor.

Ligada à luta dos movimentos sociais, a escolha da professora confirmaria a natureza pioneira da universidade, ao cumprir um papel de empoderamento das minorias marginalizadas historicamente no país.

Antes de tudo, uma lutadora

Conhecida como uma das maiores especialistas nos estudos de Gênero e Sexualidade do Brasil, Luma é pesquisadora do Núcleo de Políticas de Gênero da Unilab.

Recentemente recebeu apoio de diversos intelectuais e ativistas de diferentes lugares do mundo, como a filósofa Marie Hélene Bourcier, da Université du Lille na França, de Miriam Pilar Grossi, filósofa feminista brasileira, de Felipe Bruno Fernandos, intelectual, professor da UFBA e pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos das Mulheres-NEIM, naquela universidade, da antropóloga Rosana Pinheiro-Machado, colunista da Carta Capital e professora de antropologia em Oxford- Reino Unido, além de Renan Quinalha, da Comissão Nacional da Verdade.

Além disso, a campanha deve ganhar força com manifestações dos alunos da universidade nos próximos dias.