Para receber vacina, idosa de 102 anos precisa ser carregada até UBS

"Foi uma falta de respeito. Tenho consciência de que ali não é drive-thru, mas o que custava aplicarem a dose nela", reclama o neto da idosa

Uma idosa de 102 anos precisou ser carregada até uma Unidade Básica de Saúde (UBS), localizada no Distrito Federal. Erick Farias, de 34 anos, neto da mulher, disse que a equipe de saúde recusou realizar a imunização dela dentro do carro.

Para receber vacina, idosa de 102 anos precisa ser carregada até UBS
Créditos: Reprodução/Twitter @douglasprotazio
Para receber vacina, idosa de 102 anos precisa ser carregada até UBS

A vacinação no local acontece das 8h às 17h, porém apenas para pedestres. A aplicação do reforço em pessoas com mais de 85 anos iniciou nesta última quarta-feira, 22, em 33 pontos de atendimento do DF. Vale ressaltar que só um deles realiza o atendimento em modelo drive-thru: o posto do Sesi no Gama.

Um vídeo que viralizou nas redes sociais mostra o momento em que Erick leva a avó pelos braços e critica a situação. A idosa é debilitada e não consegue andar sozinha. “Trouxe minha avó nessas condições porque o posto não quis vacinar por drive-thru. (…) Ela (se) vacinou (com) a primeira e a segunda dose no estacionamento. Agora, está vacinando assim”, fala o servidor público no vídeo, e depois coloca a idosa sentada em uma cadeira.

Em entrevista ao Correio, Erick disse que chegou na UBS com a avó, Corina Carvalho de Farias, às 9h50. Ele tentou explicar para equipe sobre a dificuldade de locomoção da idosa e sobre a falta de postos drive-thru. No entanto, foi preciso tirá-la do carro para ela tomar a terceira dose.

“No Recanto das Emas, não há drive-thru desde o início da vacinação. A Secretaria de Saúde centralizou para a elite. Desde o início, minha avó se vacinou com a primeira e a segunda doses nessa unidade de saúde. Ela tem estágio avançado de Alzheimer e problemas cardíacos. Na primeira vez, vacinaram-na no carro. Na segunda, entrei com o veículo na UBS, e ela foi atendida”, detalha.

Erick relata que não tinham muitas pessoas no posto no momento em que chegou com a avó. Ao preencher a ficha de Corina, ele foi avisado por uma funcionária que o local não atendia por drive-thru. “Expliquei toda a situação, e a coordenadora (da unidade de saúde) falou que era proibido entrar no estacionamento”, descreve o neto da idosa.

O servidor público disse que desistiu de insistir e, por isso, carregou Corina nos braços até o local de vacinação. “Disseram que não vacinariam no carro; então, busquei minha avó e pedi para meu irmão filmar. Quando cheguei lá, tinha duas ou três pessoas na fila. Foi uma falta de respeito com uma senhora de 102 anos. Tenho consciência de que ali não é drive-thru, mas o que custava aplicarem a dose nela”, perguntou Erick.

Confira o vídeo