Vale diz que “não vê responsabilidade” por tragédia em Brumadinho
A empresa sofreu um bloqueio de R$11 bilhões para garantir a compensação pelo rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão
A empresa Vale, responsável pela mina do Córrego do Feijão que rompeu na sexta-feira, 25, e deixou até o momento 60 mortos em Brumadinho, Minas Gerais, diz que “não vê responsabilidade” por tragédia. De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, um pedido de reconsideração sobre o bloqueio de R$11 bilhões nas contas da empresa para garantir a compensação pelos acontecimentos foi enviado à Justiça.
“A Vale não vê responsabilidade. Nem por dolo, que é infração intencional da lei, nem por culpa, que é a infração da lei por imperícia, imprudência ou negligência. Ela atribui o acontecido a um caso fortuito que ela está apurando ainda”, afirmou advogado de defesa da Vale, Sergio Bermudes, ao Estado
A diretoria da mineradora está sendo alvo de grandes críticas, que pedem o afastamento de todo o corpo diretivo durante as investigações sobre a causa do rompimento da barragem.
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Presidente em exercício, general Hamilton Mourão
O presidente em exercício disse que estar estudando a possibilidade de afastamento da diretoria da Vale durante as investigações do rompimento da barragem em Brumadinho. Ele também pontuou a necessidade de uma punição severa pelo acontecimento.
“Primeiro a punição que dói no bolso, que já está sendo aplicada; e segundo, se houve imperícia, imprudência ou negligência por parte de alguém dentro da empresa, essa pessoa tem que responder criminalmente. Afinal de contas, quantas vidas foram perdidas nisso daí?”, enfatizou Mourão.
Senador Renan Calheiro
Em sua conta no Twitter, o possível candidato à Presidência do Senado também defendeu que a diretoria da mineradora fosse afastada.
O advogado da Vale, Sergio Bermudes, disse que a fala do senador “é uma declaração leviana que, na aparência, parece que quer tirar dividendos políticos do sofrimento causado pelo fato”. Ele também destacou que não haverá “intervenção do governo”, uma vez que a mineradora é uma empresa privada.
Procuradora-geral da República, Raquel Dodge
Bermudes também fez críticas à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que defendeu que a mineradora seja “severamente” responsabilizada pelo rompimento da barragem.
“Parece não ter fundamento a declaração da procuradora-geral de que há crime. A Vale tem todo o interesse em apurar a existência de crime, embora não haja nenhum elemento apontando nesse sentido”, afirmou o advogado.