Vale previa inundação de refeitório e sede de barragem
Relatório de abril de 2018 já apontava os riscos caso a estrutura rompesse
De acordo com o Plano de Ações Emergenciais (PAEBM) da barragem de Brumadinho (MG) a Vale já sabia que o rompimento da barragem destruiria as áreas industriais da mina de Córrego do Feijão, incluindo o restaurante e a sede da unidade, justamente onde se concentra o maior número de vítimas e desaparecidos da catástrofe que chocou o país no último dia 25 de janeiro.
O documento obtido pelo jornal Folha de S. Paulo já apontava que caso a estrutura se rompesse a lama chegaria a 65 quilômetros da barragem.
Datado de 18 de abril do ano passado, o PAEBM previa que “diferentes mecanismos de comunicação serão utilizados, com o uso de acionamentos sonoros”. Porém, nenhuma sirene tocou, como admitiu nesta quinta-feira, 31, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman.
Além disso, equipes de emergência da Vale deveriam ficar de prontidão em suas bases ou serem deslocadas para pontos estratégicos. No entanto, houve demora de 1h para que o desastre fosse comunicado à empresa, muito provavelmente porque os funcionários elencados no plano como responsáveis por esse alerta morreram (Maurício Lemes, do Centro de Controle de Emergências e Comunicação, e Alano Teixeira, coordenador suplente do PAEBM). Eles ficavam alocados no pé da estrutura da barragem
Outro lado
A Vale afirmou que o PAEBM “foi construído com base em um estudo de ruptura hipotética, que definiu a mancha de inundação”. Segundo a mineradora, a barragem passava por inspeções quinzenais, as últimas em 8 e 22 de janeiro, que “não detectaram nenhuma alteração no estado de conservação da estrutura”.
Para ficar por dentro dos desdobramentos do caso em Brumadinho, acompanhe pelo link abaixo: