Varal de Literatura: livros para desbravar o mundo

01/11/2009 22:51 / Atualizado em 14/03/2013 14:06

Seis fotógrafos aceitaram o desafio de criar uma coleção de imagens que busca refletir o que buscam com sua câmera, quando estão no lugar como turistas. Essa é a proposta da coleção “Passaporte”, editada pela  Schoeler Editions.


Quantas fotos são necessárias para eternizar a aventura e traduzir este sentimento para o outro?

Composta por seis minilivros em formato de passaporte, encadernados e costurados à mão, com registros de viagem de grandes fotógrafos brasileiros. Cada um traz doze imagens de um fotógrafo: Beatriz Pontes mostra sua Alemanha, Dinamarca e Hungria. Bob Wolfenson, o que viu na China. Christian Maldonado, o que é pra ele Miami. Cristiano Mascaro, sua Paris .

Marcelo Greco, a Brasília vista dentro de um ônibus e Pedro Martinelli, seu lugar de descanso, a Patagônia. 

A coleção “Passaporte” são edições limitadas de 250 exemplares numerados e assinados pelos autores. Há ainda textos dos próprios fotógrafos. Cada volume custa R$ 60.

Este mês, a Companhia das Letras lançou “Elogiemos os Homens Ilustres”, de James Rufus Agee e Walker Evans. O livro foi o resultado da reportagem para revista Fortune, em que jornalista e fotógrafo vão ao sul dos Estados Unidos com o objetivo de retratar os efeitos da Grande Depressão que assolava o país.

Na tentativa de entender a miséria do outro, jornalista e fotógrafo vão, em 1936, a região do país que mais sofre pela grande crise econômica da época. Lá conviveram com três famílias de meeiros pobres do Alabama. O relato é o resultado dessa experiência. Agee esmiuça em detalhes as cenas vividas por ele e Walker, como se estivesse pintando um quadro. Seu poder de descrição vão além dos limites da observação.

No texto Agee passa o incômodo sentido por eles em relação a como o negro era tratado na época. Não escondeu a vergonha de se sentir uma espécie de oportunista, ali a postos para escrever sobre a miséria alheia. “Elogiemos os Homem Ilustres” é o encontro entre duas realidades diversas- a dos cultos invasores e a dos iletrados roceiros.

O livro foi reconhecido universalmente como obra de grande densidade literária e humana.

Leia trecho do livro.

Veja exposição de Walker Evans no Masp