Veja 15 espécies que podem entrar em extinção

Por: Catraca Livre

O ser humano está em uma encruzilhada em sua relação com a vida selvagem. Estamos ajudando a causar o que os cientistas descrevem como um evento de extinção em massa, graças à combinação de perda de habitat, caça, inserção de espécies chamadas invasivas, poluição e mudanças climáticas.

As girafas ainda não estão listadas como ameaçadas, mas seus números caíram 43% nos últimos 15 anos

Foi preciso que algumas espécies desaparecessem para que a humanidade começasse a demonstrar um real espanto diante do tema e, após a perda de ícones como o Pombo-passageiro, o Tigre-da-Tasmânia e a Foca-monge-caribenha, a preservação parece ter passado a ser considerada com mais seriedade, pelo menos em parte, no último século.

Leis para restrição da caça e proteção de habitat foram criadas para tentar ajudar a evitar a perda de diversos animais, como o crocodilo americano, a águia-de-cabeça-branca, o lobo cinzento, mico-leão-dourado, tigre-de-bengala, rinoceronte-branco e uma variedade de baleias.

Entretanto, há 7 bilhões de humanos no planeta, e somos mais perigosos do que pensamos.

Confira abaixo alguns animais da lista:

Tartaruga-de-pente

Tartarugas-de-pente tendem a se concentrar em torno de recifes de coral, onde se alimentam de esponjas e outros invertebrados

A população global de tartarugas-de-pente diminuiu em 80% no século passado, esgotada por décadas de caça, urbanização de praias e capturas acidentais. Apesar de seus números gerais ainda estarem em declínio, algumas  populações estão se recuperando graças aos esforços de preservação locais, mais notadamente no Caribe. A contagem de ninhos da espécies na costa leste da Nicarágua detectou um aumento de 200% de 2000 a 2014, por exemplo, enquanto a caça decresceu em 80%. Os dados dão esperança para o futuro, mas infelizmente ainda são exceção.

Leopardo-de-amur

Leopardos-de-amur têm de um a quatro filhotes a cada cria, que tipicamente deixam a companhia de suas mães após completarem 18 a 24 meses

O leopardo-de-amur é uma subespécie extremamente rara, com apenas cerca de 20 adultos e seis filhotes na natureza nos dias de hoje. Embora esses animais já tenham rondado pelo leste da China e da Coreia, agora estão limitados à Primorye, na Rússia, onde enfrentam uma série de ameaças, incluindo a caça por suas peles, perda de habitat, tráfego rodoviário e mudanças climáticas. Sua minúscula população ainda está em declínio, de acordo com a International Union for Conservation of Nature (IUCN), e tem a mais baixa diversidade genética de todas as subespécies de leopardos. O tigre-de-amur recuperou-se a partir de uma população de menos de 40 indivíduos em uma geração passada, o que dá aos conservacionistas a esperança de que o leopardo-de-amur consiga uma proeza semelhante.

Arara-de-garganta-azul

Uma expansão de seu habitat protegido em 2014 na Bolívia elevou a esperança para as últimas 120 araras-de-garganta-azul selvagens

A arara-de-garganta-azul da Bolívia está criticamente ameaçada devido ao comércio internacional de animais para companhia, o que levou a sua população selvagem ao declínio nos anos 70 e 80. A Bolívia proibiu a exportação de papagaios em 1984, mas o desmatamento continuou a pressionar as aproximadamente 120 sobreviventes. Esses pássaros finalmente tiveram um alívio no início de 2014, quando a Barba Azul Nature Reserve – único habitat protegido da espécie e lar da sua maior população – dobrou de tamanho, de 50 mil km² para 110 mil km².

Gorila-das-montanhas

Restam menos de 900 gorilas-das-montanhas selvagens na África Central, e cerca de um terço deles são adultos

A população de gorilas-das-montanhas adultos está em torno de 300, dividida em duas populações: Montanhas Virunga de Uganda, em Ruanda e República Democrática do Congo, e Floresta Bwindi, em Uganda. Imensamente ameaçados pela perda de habitat e pela caça, eles também foram vitimados nas décadas recentes por conflitos armados entre humanos. Um quarto de todos os gorilas-das-montanhas selvagens agora vive no Parque Nacional de Virunga, onde o seu complicado relacionamento com as pessoas, incluindo o espectro da prospecção de petróleo, foi abordado no documentário “Virunga”, de 2014.

Elefante-asiático

Embora os elefantes-asiáticos sejam protegidos pela lei na Indonésia, a maior parte de seu habitat remanescente não é
Créditos: Getty Images
Embora os elefantes-asiáticos sejam protegidos pela lei na Indonésia, a maior parte de seu habitat remanescente não é

O elefante-asiático (ou elefante-de-sumatra) perdeu aproximadamente 70% de seu habitat potencial desde 1985, de acordo com a IUCN, o que levou a um progressivo aumento dos conflitos com comunidades humanas locais e resultou na realocação dos elefantes ou em sua morte. Combinado com o flagelo internacional da caça pelo marfim, isso ajudou a encolher ainda mais a população total desses elefantes para cerca de 2600 indivíduos, com uma atualização na lista vermelha da IUCN, de “ameaçados” para “criticamente ameaçados”.

Girafa

Bebê de girafa recém-nascido com a sua mãe
Créditos: AFP/Getty Images
Bebê de girafa recém-nascido com a sua mãe

As girafas não são frequentemente citadas como exemplos em risco da fauna africana como os elefantes, rinocerontes ou gorilas, mas elas provavelmente deveriam ser. Cerca de 140.000 girafas selvagens existiam em 1999, e agora restam menos de 80.000 – uma queda de 43% em 15 anos. Não só os trechos de seu habitat estão sendo roubados pelo homem para a agricultura, como também a mudança climática promove longos períodos de seca que compõem outras pressões, como o influxo de caçadores de elefantes que buscam alimento fácil e renda extra a partir da carne de girafa.

Confira a lista completa na ANDA (Agência de Notícias de Direitos Animais)