Veja a repercussão do ataque do governo americano à Síria

O presidente dos EUA, Donald Trump
Créditos: Shealah Craighead
O presidente dos EUA, Donald Trump

Líderes internacionais se manifestaram nesta quinta-feira (6) após o ataque dos Estados Unidos contra uma base aérea na Síria. O governo americano lançou 59 mísseis sobre o país em retaliação ao ataque químico que matou mais de 80 pessoas, entre elas 11 crianças, em uma cidade dominada por opositores ao regime do ditador Bashar al-Assad.

Em um comunicado conjunto, o presidente da França e a chanceler da Alemanha disseram que o presidente sírio tem “a plena responsabilidade” do ataque dos EUA. “Uma base militar do regime sírio utilizada para realizar bombardeios químicos foi destruída esta noite por bombardeios americanos (…) Assad tem a plena responsabilidade”, afirmaram Angela Merkel e François Hollande.

O governo britânico também expressou apoio ao ataque lançado pelos EUA. Um porta-voz da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse que a ação militar é a “resposta apropriada” à agressão “selvagem” realizada pela Síria contra civis com armas químicas.

Para a União Europeia, os bombardeios americanos na Síria “ilustram uma determinação necessária contra os bárbaros ataques químicos”, disse nesta sexta (7) o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

“A UE trabalhará com os Estados Unidos para colocar fim à brutalidade na Síria”, afirmou Tusk em uma declaração no Twitter.

Já o presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou o ataque uma violação da legislação internacional, colocando em risco a cooperação com Washington no país árabe.

“Putin vê o ataque [contra a base síria] como uma agressão contra um Estado soberano que viola a legislação internacional e que se baseia num pretexto fabricado para desviar a atenção das mortes de civis no Iraque”, afirmou nesta sexta o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou que o ataque lembra a invasão do Iraque ocorrida em 2003.

“Isto me lembra a situação de 2003, quando os Estados Unidos e o Reino Unido, com seus aliados, invadiram o Iraque sem autorização do Conselho de Segurança”, disse o chanceler, direto de Tashkent, capital do Usbequistão.

Ataque de Donald Trump

O bombardeio à Síria foi ordenado pelo presidente Donald Trump nesta quinta. O líder dos EUA estava na Flórida, onde se reunia com o presidente chinês Xi Jinping.

“Assad sufocou homens, mulheres e crianças inocentes. Foi uma morte lenta e brutal para muitos. Até mesmo lindos bebês foram cruelmente assassinados neste ataque bárbaro. Nenhum filho de Deus deveria jamais sofrer horror tão terrível”, declarou Trump.

O ataque químico na Síria ocorreu na terça (4) em Khan Sheikhun, cidade controlada por opositores de Assad. Ao menos 100 pessoas morreram, segundo a União de Organizações de Assistência Médica, que atua no país. A ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos falou em no mínimo 58 mortos, entre os quais 11 crianças.

Depois do ataque, o governo brasileiro afirmou ter recebido a notícia com “alarme e grande preocupação”, pediu investigações para apurar responsabilidades e condenou o uso de armas químicas sob quaisquer circunstâncias.