Vítima de estupro coletivo em Araraquara diz: ‘sangro até hoje’

Com informações do G1

A adolescente de 18 anos, vítima de estupro coletivo por três homens em Araraquara (SP) na noite do último sábado, 23, deu entrevista à imprensa pela primeira vez nesta quarta-feira, 27. “Eu sangro até hoje. Sinto vergonha e espero justiça”, relatou a jovem.

O caso está sob investigação da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e, até agora, nenhum dos cinco suspeitos do crime foi identificado. Em depoimento mais recente à DDM, a vítima disse ter desconfiado que um dos homens tinha ido à festa onde ela esteve antes de ser abordada pelos agressores.

A delegada responsável, Meirelene Rodrigues, já ouviu depoimentos da vítima, da mãe e de uma amiga da jovem.

O caso ocorreu em Araraquara, interior de SP
Créditos: unknown
O caso ocorreu em Araraquara, interior de SP

Depoimento

A adolescente afirmou que estava com a amiga em uma festa no Jardim Botânico naquela noite. Por volta das 20h30, ela decidiu ir embora e, quando deixou o local, seguiu sozinha para um ponto de ônibus na estrada vicinal Graciano Ressurreição Affonso (ARA-080), que liga a cidade ao distrito de Bueno de Andrada.

Em seguida, um Honda Civic prata com cinco homens parou em frente ao ponto e um dos rapazes desceu e a agrediu com um tapa no rosto. “Empurrei ele, mas ele me pegou pelo cabelo e me jogou dentro do carro, na parte de trás onde tinha três homens. Deixaram minha cabeça abaixada durante todo o momento. Não falavam nada, só davam risada”, disse a vítima.

Segundo ela, o carro andou por uns 15 minutos até estacionar em um canavial. “Tentei correr, um deles me segurou pelas pernas e falou: ‘volta aqui’. Outro me virou de bruços e segurou minhas mãos, enquanto tiraram minha parte debaixo e seguraram minhas pernas. Os outros três fizeram o que tinham que o fazer comigo, me violentaram”, contou.

Ainda de acordo com o depoimento, ela pediu para parar, mas eles continuaram. “Eu pedia: ‘para pelo amor de Deus, está me machucando. O cara que estava me segurando falou: para por quê? Você gosta, sua cachorra’. Colocaram cana de açúcar dentro de mim. Quanto mais eu pedia para parar, mais continuavam. Eu chorando, e eles rindo”, relatou.

A agressão durou cerca de uma hora e, logo depois, os suspeitos voltaram para o carro e ordenaram que ela ficasse no local. A vítima conseguiu sair do canavial e caminhar até outro ponto, onde pegou um ônibus até o terminal rodoviário.

“Lá, lavei o rosto, amarrei minha blusa de frio na cintura, porque estava ensanguentada e cheia de terra, e fui embora para casa. Não tinha ninguém, então fui à casa da minha amiga ligar para minha mãe”, disse.

Assim que a adolescente deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central, a Polícia Militar foi informada sobre o crime. No local, os policiais conversaram com a amiga da garota, que contou o que havia acontecido, e a vítima foi transferida para a maternidade Gota de Leite, onde realizou os exames.

Nesta segunda-feira, dia 25, a jovem prestou depoimento na DDM e realizou o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).

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