Vítimas da campanha #primeiroassedio tinham média de idade inferior a dez anos, aponta pesquisa

Pesquisa divulgada por jornalista reforça banalização da violência contra a mulher no Brasil

03/11/2015 18:18

A hashtag #primeiroassedio ganhou repercussão em todo país nas redes sociais, ao expor o relato de milhares de mulheres vítimas de algum tipo de abuso. Assim, a campanha abriu caminho para um revelador cenário que apenas evidencia a verdadeira faceta de um país acostumado a naturalizar a opressão.

Os relatos começaram a ganhar as páginas da internet, quando uma participante de 12 anos, do programa MasterChef Junior, foi alvo de assédio nas redes sociais. O episódio dividiu, então, homens que banalizavam o assédio contra mulheres, vítimas de algum tipo de violência sexual ainda na infância. Conflito que estimulou a criação de campanha que resultou na publicação de milhares de confidências: 82 mil mensagens, 7 mil mensagens por hora.

Segundo análise realizada pelo jornalista Rafael Kenski, a média de idade das mulheres, vítimas de assédio, revelou um resultado devastador: média de 9,7 anos.

Retrato da pedofilia no Brasil 

A dedução do jornalista ganha respaldo nos números de pesquisa recente: de 2009 e 2010, houve 12.054 notificações de violência contra meninas de zero a nove anos. Quase metade desses casos era de cunho sexual (46%). A maior parte das agressões partiu de apenas um indivíduo (66%), do sexo masculino (50%) e com relação próxima à vítima (71%). E 65% dos casos de violência ocorreram dentro da casa das crianças. Entre as adolescentes, meninas de dez a dezenove anos, foram registrados 19.452 casos de violência doméstica e sexual. Confira o artigo na íntegra.