Wi-fi solar

25/01/2010 09:54

No lado de fora da “caverna digital” da USP, onde se realizam experiências em tecnologia da informação, existe um pequeno aparelho que viabiliza conexão de computadores na internet com a energia solar. Desenvolvida por um estudante (Rafael Herrera), a invenção já está em teste numa praça em Santos -isso significa que o wi-fi solar pode disseminar a internet, especialmente em espaços abertos como parques.

Por causa da destruição da infraestrutura de comunicação e de eletricidade no Haiti, técnicos e cientistas estrangeiros se interessaram em levar para o país, pelo menos emergencialmente, aquela tecnologia.

A engenhoca é mais um dos produtos do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI), onde se testam, por exemplo, um celular totalmente nacional, soluções para TV digital, plataformas para animação em 3D. Chips de cartões de créditos nasceram ali. É o suficiente para mostrar a importância de implantar um parque tecnológico num terreno ocioso ao lado da USP, previsto para ser inaugurado parcialmente neste ano.

A ideia é reunir no mesmo local pesquisadores e empresas focadas em tecnologia da informação, biotecnologia e farmacologia -ali seriam incubadas empresas. Poucos lugares do mundo têm tantos PhDs por metro quadrado como a Universidade de São Paulo.

Atraídas pela inovação, empresas receberiam estímulos públicos e ocupariam terrenos nas redondezas antes usados por indústrias que fugiram da cidade. É por esse caminho que está a única saída de São Paulo, que, amanhã, completa 456 anos -a única saída é ser uma grande incubadora de talentos.

Coluna publicada na íntegra no jornal Folha de S.Paulo, caderno Cotidiano.