Bolsonaro nega que pediu afastamento de Villa da rádio Jovem Pan

O presidente Jair Bolsonaro usou o Twitter para falar pela primeira vez sobre a polêmica envolvendo o afastamento do comentarista político Marco Antônio Villa da rádio Jovem Pan.

O colunista e apresentador Marco Antonio Villa
Créditos: Reprodução/YouTube
O colunista e apresentador Marco Antonio Villa

“Não existe democracia sem liberdade de expressão. Jamais exigirei demissão de jornalista por críticas feitas contra minha pessoa. Sou alvo de coisas bem piores há décadas. Confio na capacidade das pessoas de discernir o bom do mau jornalismo e tirar suas próprias conclusões”, publicou o Bolsonaro.

Em sua última participação no “Jornal da Manhã”, na última sexta-feira (24), Villa disse que Bolsonaro era despreparado e estava estimulando o neonazismo no país ao convocar atos para atacar o Supremo e o Congresso.

“Um presidente não tem compostura, não tem preparo. Não tem articulação política. Reforça a crítica ao parlamento, estimulando atos neonazistas, como do próximo dia 26, que é claramente no sentindo de fechar o Supremo, fechar o Congresso e impor a ditadura. E o presidente estimula isso”, disse Villa.

Em comunicado divulgado na quinta-feira, a emissora paulista diz, sem citar o nome de Villa, que há limites entre “a crítica substantiva e a adjetivação grosseira” dos comentários. Quando tal barreira é ultrapassada, cabe à direção da empresa aplicar medidas que garantam a volta à normalidade”.

“Sou defensor da democracia e contra a ditadura, contra as pessoas que querem fechar o STF, invadir o Congresso Nacional, e aí incluem os nazistas, neonazistas. Eu não acho que isso foi uma deselegância, adjetivação, isso é conceituar, e assim sempre fui durante os anos em que estive na rádio”, disse Viila ao UOL.

Esse comentário teria sido a gota d’água para a direção da emissora afastar o apresentador, A direção da rádio nega que o pedido tenha partido do presidente Bolsonaro.

“O Grupo Jovem Pan jamais cedeu a pressões de governantes e nunca transformou a liberdade de expressão em moeda de troca”, diz o comunicado.