Com R$ 157 mil, Marco Feliciano teria todos seus dentes de ouro

O deputado solicitou reembolso de R$ 157 mil à Câmara para cobrir gastos de um tratamento odontológico

04/08/2019 01:32 / Atualizado em 05/08/2019 10:43

Um adulto tem 32 dentes.

Isso levando em conta que nenhum inciso (aquele dente que fica por último) não foi arrancado –o que é raro num adulto.

Mas vamos deixar assim: suponhamos que o deputado-pastor Marco Feliciano tenha todos os seus dentes.

E se ele quisesse ter todos os dentes –isso mesmo, todos– de ouro.

O deputado federal Pastor Marco Feliciano gastou R$ 157 mil com tratamento dentário
O deputado federal Pastor Marco Feliciano gastou R$ 157 mil com tratamento dentário - Reprodução / Redes sociais

Para colocar um dente de ouro (totalmente de ouro) o custo médio, segundo informações que colhi em diversas tabelas da internet, é de R$ 5 mil.

Como Feliciano gastou R$ 157 mil do dinheiro público em tratamento dentário numa clínica do interior do Goiás, como ele mesmo declara, teríamos o seguinte: o deputado poderia ter 100% de seus dentes de ouro.

Vejam bem. Não estou falando coberto de ouro.

Mas totalmente de ouro.

Apenas essa conta mostra que o deputado vai ter muita dor por causa dos seus dentes.

Simples entender. A partir de hoje, a imprensa brasileira vai ouvir especialistas e, mais importante, investigar a tal clínica no interior de Goiás.

Vamos descobrir que o deputado provavelmente gastou num único tratamento mais do que qualquer brasileiro.

Se não foi o campeão, está entre os campeões.

Com uma diferença: Feliciano foi bancado com dinheiro público, o que o coloca numa categoria especial.

Pela minha experiência, posso dizer que muitos dos projetos do deputado estão com um canal inflamado e com a raiz quebrada.

Feliciano já se apresentava como candidato a vice numa eventual futura chapa de Bolsonaro.

É líder da bancada evangélica com um discurso moralista.

Vai ter de ficar com a boca fechada para falar em moral apesar de seus lindos dentes.

Cometeu um absurdo que é entendido por qualquer brasileiro obrigado a fazer um tratamento – e, muitas vezes, espera meses por um atendimento público.