Crítica publica de Guedes a Bolsonaro provoca receio de demissão

Dá para imaginar o que Paulo Guedes, ministro da Economia, deve ter falado na intimidade sobre a decisão de Jair Bolsonaro de barrar o aumento do reajuste do preço do combustível.
Publicamente, já foi uma crítica clara.
Chamou a decisão de Bolsonaro de “não muito razoável”.
Afinal, é um tipo de ideia associada ao PT, no geral, e a Dilma Rousseff, em particupar.

“Acho que o presidente tem muitas virtudes, fez muita coisa acertada e ele já disse que não conhece muito economia. Então se ele, eventualmente, fizer alguma coisa que não seja muito razoável, tenho certeza que conseguimos consertar. Uma conversa conserta tudo”, afirmou Guedes em Washington, após participar de reuniões com autoridades no FMI (Fundo Monetário Internacional).

Paulo Guedes lembrou que Bolsonaro já disse reiteradas vezes que não conhece muito de economia e admitiu que a ação do Planalto sobre os preços do combustível refletiu de maneira negativa no mercado financeiro.

Até que ponto Paulo Guedes fica no Governo Federal?

E o que aconteceria se o “Paulo Guedes”, conhecido como o “Posto Ipiranga” de Jair Bolsonaro pedisse demissão?

Essa questão é trazida agora com a questão da Petrobras.

Mas já veio antes na reforma da previdência.

Essas duas perguntas estão fazendo das especulações por causa de um discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a reforma da Previdência durante a posse do novo presidente do Banco Central.

Sabemos que, sem reforma, na visão de Guedes, o Brasil quebra.

Guedes:

“Estamos num sistema [previdenciário] de repartição que quebrou. Faliu antes de a população envelhecer. Vocês querem trazer seus filhos para isso?”

Mais um trecho:

“Se der acima de R$ 1 trilhão [de economia, com a aprovação da reforma], eu digo que estamos numa geração de pessoas responsáveis e têm a coragem de assumir o compromisso de libertar filhos e netos de uma maldição previdenciária. Se botarem menos, eu vou dizer assim: ‘Eu vou sair daqui rápido, porque esse pessoal não é confiável. Não ajudam nem os filhos; então, o que será que vão fazer comigo?’”

O que chamou a atenção foi a frase sobre o que aconteceria se desidratarem a reforma da previdência “Eu vou sair daqui”.

A indireta aqui pareceu claro: sem a reforma, o Brasil – logo o governo – deixa de ser confiável.

Mas também deixaria de ser “confiável” se políticas populistas, como congelamento de preços de combustíveis, passe a fazer parte da política econômica.