Datafolha: eleitor de Bolsonaro discorda muito de  Bolsonaro

Brazilian President Jair Bolsonaro delivers a speech during the appointment ceremony of the new heads of public banks, at Planalto Palace in Brasilia on January 7, 2019. – Brazil’s Finance Minister Paulo Guedes appointed the new presidents of the country’s public banks. (Photo by EVARISTO SA / AFP)
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Brazilian President Jair Bolsonaro delivers a speech during the appointment ceremony of the new heads of public banks, at Planalto Palace in Brasilia on January 7, 2019. – Brazil’s Finance Minister Paulo Guedes appointed the new presidents of the country’s public banks. (Photo by EVARISTO SA / AFP)

Uma das principais razões da vitória de Jair Bolsonaro não foi Bolsonaro.

Foi Lula e o PT.

A maioria dos eleitores do capitão simplesmente não queria o PT de volta ao poder.

Mas uma coisa é fazer campanha, outra é governar – as divisões aparecem.

Uma série de levantamentos do Datafolha, analisados hoje por seu diretor Mauro Paulino, mostra a distância entre as ideias do presidente e seus eleitores:

Apesar de o presidente ter conquistado a maioria dos votos e manter expectativa positiva sobre seu governo, o posicionamento dos eleitores quanto às teses defendidas em pronunciamentos de sua equipe não alcança apoio equivalente.

Com exceção da temática do controle de imigrantes e da redução da maioridade penal, pontos-chave da pauta bolsonarista como Escola sem Partido, posse de armas e aproximação com o governo dos EUA são reprovados por parcela expressiva da população, com percentuais próximos a 70%.

Ou seja, ele vai ter que se esforça para manter o apoio da opinião pública – e os desastres iniciais de sua gestão não ajudam. Pelo contrário.

Exemplo: o tema que domina esta semana facilitar a posse de armas tem alta rejeição do eleitorado.

Sobre os temas pesquisados, com raras exceções, são massivamente contrários a quase todas as ideias do atual governo —as taxas de rejeição alcançam ou ultrapassam 80% quanto à posse de armas, debate político nas escolas, privatização, proximidade com os EUA, perda de direitos trabalhistas e diminuição das terras indígenas.