Dimenstein: a repórter que deu um tapa na milícia digital de Bolsonaro
Podemos dizer, com certeza, que sem as redes sociais Bolsonaro não teria chegado ao segundo turno
Quando publicou sua reportagem, no ano passado, sobre como usaram o WhatsApp ilegalmente para ajudar Jair Bolsonaro, Patrícia Campos Mello, da Folha, virou uma vítima das milícias digitais.
Inventaram as mais diversas Fake News, criaram montagens fotográficas para vinculá-la ao PT, invadiram seu celular, recebeu ameaças de morte.
Diziam que sua denúncia era mentirosa.
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Naquele momento, eu sustentei que, conhecendo a Folha e a jornalista, a denúncia era verdadeira.
A fonte dela deveria ser ótima.
Caso contrário, Patrícia não embarcaria numa aventura. Nem a Folha.
Mas ressalvei: faltava uma prova mais forte.
Como uma grande repórter que é, Patrícia não desistiu –e nem se intimidou.
Conseguiu a prova definitiva: um áudio de um empresário que vendeu seu sistema usado para distribuir mensagens em massa do WhatsApp.
Podemos dizer, com certeza, que sem as redes sociais Bolsonaro não teria chegado ao segundo turno.
Certamente as Fake News usadas pelo WhatsApp tiveram importância na formação da imagem do “mito”.
Patrícia mostrou a relevância do jornalismo independente contra as empulhações dos poderosos.