Dimenstein: Bolsonaro lança Fake News contra Miriam Leitão, do Globo

Presidente disse que a colunista do O Globo mente sobre ter sido torturada na ditadura

19/07/2019 16:24

O presidente Jair Bolsonaro produziu Fake News contra a jornalista Miriam Leitão, de O Globo, ao conversar nesta sexta-feira, 19, com correspondentes estrangeiros no Palácio do Planalto.

Disse que Miriam fez parte da luta armada contra a ditadura militar e estava em direção à guerrilha do Araguaia quando foi presa, na década de 1970.

Chamou a jornalista de mentirosa por afirmar que sofreu abusos e foi torturada na prisão.

Presidente Jair Bolsonaro durante café da manhã com jornalistas estrangeiros no Palácio do Planalto
Presidente Jair Bolsonaro durante café da manhã com jornalistas estrangeiros no Palácio do Planalto - Marcos Corrêa/PR

“Ela estava indo para a guerrilha do Araguaia quando foi presa em Vitória. E depois (Míriam) conta um drama todo, mentiroso, que teria sido torturada , sofreu abuso etc. Mentira. Mentira”, disse Bolsonaro aos jornalistas estrangeiros.

O Globo mostra a verdade.

Em 1972, Míriam Leitão era, aos 19 anos, estudante universitária e militante do PCdoB, atuando no Espírito Santo.

De acordo com o jornal O Globo, as atividades de Míriam Leitão consistiam em reuniões, distribuição de panfletos e pichação de muros com palavras de ordem contra a ditadura militar instalada no país em 1964, após golpe de Estado. Durante sua militância, ela não integrou nem cogitou integrar a guerrilha do Araguaia.

“Não estava indo para a guerrilha do Araguaia. Nunca fiz qualquer ação armada”, afirma a colunista do O Globo.

A reportagem diz ainda que Míriam Leitão foi presa em 3 de dezembro de 1972 quando ia para a praia com o então companheiro e levada para o 38º Batalhão de Infantaria do Exército, instalado no Forte de Piratininga, em Vila Velha, cidade vizinha a Vitória. Lá, grávida, foi torturada por diversos métodos e ficou encarcerada por três meses.