Dimenstein: confesso, o guru de Bolsonaro me deixou sem fala

Guru da família Bolsonaro diz que os Beatles eram 'semianalfabetos em música'

Pensei que já tinha me acostumado com as esquisitices de Olavo de Carvalho, que, como sabemos, foi duas vezes internado em clínica psiquiátrica quando morava em São Paulo.

Ele já disse que cigarro não faz mal à saúde, questionou eficácia das vacinas, duvidou do formato da terra, garantiu o uso de células de fetos abortados na Pepsi, afirmou que Einstein é um picareta.

O que poderia me espantar mais?

Nada, pensava.

Estava enganado.

Ele conseguiu me surpreender – e muito.

Em um vídeo, ele inventa uma conexão: os Beatles teriam obtido a fama graças a composições de… Theodor Adorno, filósofo, um dos fundadores da Escola de Frankfurt, para, segundo o bolsonarista, propagar o marxismo cultural.

Quem compôs as canções foi o Theodor Adorno. E ameaça: “vou investigar”.

“Agora, você sabe o efeito devastador das músicas dos Beatles: é tudo celebração de LSD, das drogas”, afirma

O pretenso “guru” também critica um “efeito devastador” da música da banda.

“Você tem ideia da porcaria que os Beatles fizeram com o mundo? Os Beatles e outros conjuntos. Eu tenho aqui uma coleção de letras de canções dos principais conjuntos de rock americano. Todo eles têm ao menos uma canção de celebração do satanás. É satanismo explícito”, diz o guru.

Adorno foi um dos criadores do conceito de “indústria cultural”, segundo o qual ela possui padrões que se repetem com a intenção de formar uma estética ou percepção comum voltada ao consumismo, não à arte, com produtos exclusivamente dependentes do mercado.

Sinceramente, é caso de internação psiquiátrica.

A maior pergunta: como esse maluco consegue influenciar todo um governo?