Dimenstein: filho de Bolsonaro ganhar embaixada americana é nepotismo

Embora polêmica, a possível indicação de um filho do presidente da República para o posto de embaixador não é proibida pela Constituição

11/07/2019 19:55 / Atualizado em 11/09/2019 12:11

Simples assim: nepotismo.

É assim que se pode definir a possibilidade de Eduardo Bolsonaro virar embaixador do Brasil nos Estados Unidos.

Segundo o pai-presidente, duas qualidades do filho: fala em inglês e se dá bem com Trump.

Não vou discutir aqui o inglês de Eduardo. Mas já vi ele cometer erros grosseiros –aliás, o que também comete em português.

Donald Trump, Eduardo e Jair Bolsonaro na reunião do G-20, no Japão, no mês passado
Donald Trump, Eduardo e Jair Bolsonaro na reunião do G-20, no Japão, no mês passado - Reprodução/Instagram Eduardo Bolsonaro

Esse é um dos principais cargos diplomáticos do Brasil, entregue em geral a que está habituado a lidar com os meandros da diplomacia.

Qual a formação diplomática para Eduardo assumir esse cargo? Nada. Ou quase nada.

A pergunta é simples: se ele não fosse filho, estaria sendo indicado por algum presidente?

Ou sequer mencionado.

Não, óbvio.

Portanto, ele apenas assumirá esse cargo por seu filho do presidente.

Ou seja, nepotismo.

Para piorar, Eduardo Bolsonaro é um militante a favor de Donald Trump.

O que tira o Brasil da saudável distância diplomática.

E se Trump perder?

Vamos ser considerados pelo novo governo um país inimigo?