Entenda rapidamente os efeitos da crise da Venezuela no Brasil
Principal destaque hoje do Canal Meio é a crise da Venezuela e suas implicações no Brasil.
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Após um fim de semana de muita tensão nas fronteiras da Venezuela com Brasil e Colômbia, o Ministério da Defesa brasileiro procura jogar água na fervura, dialogando diretamente com militares venezuelanos.
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Do lado de lá da fronteira ficou acertado que os veículos antidistúrbios seriam recuados, enquanto os brasileiros se comprometeram a conter manifestantes venezuelanos que protestam em Roraima.
No domingo, homens da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) atiraram, sem cruzar a fronteira, bombas de gás lacrimogêneocontra manifestantes venezuelanos que protestavam do lado brasileiro.
O vice-presidente Hamilton Mourão embarcou ontem para Bogotá. Representará o Brasil na reunião do Grupo de Lima, que reúne 14 países do continente, dos quais apenas o México reconhece Nicolás Maduro como presidente. Juan Guaidó, reconhecido pelo grupo e pelos EUA como presidente interino, disse que uma intervenção militar contra Maduro deve ser considerada como opção à mesa. (Folha)
No sábado, a oposição tentou levar para a Venezuela caminhões de ajuda humanitária enviados por EUA, Colômbia e Brasil. Veículos que conseguiram cruzar a fronteira foram incendiados.
Para o analista venezuelano Luis Vicente León, a oposição conseguiu uma “pequena vitória” ao mostrar ao mundo o governo que boicota ajuda humanitária num país onde as pessoas estão morrendo de fome e por falta de remédios. (Globo)
Já o governo comemorou o bloqueio. (Folha)
A tensão continuou durante o domingo.
O prefeito da cidade venezuelana de Gran Sabana fugiu para o Brasil e denunciou pelo menos 25 mortes de manifestantes pela Guarda Nacional, número que ainda não foi confirmado.
Três sargentos da GBN desertarampara o lado brasileiro e disseram que outros podem fazer o mesmo. Com a fronteira fechada, militares venezuelanos teriam assaltadopessoas que tentavam cruzar a divisa por trilhas.
Sérgio Abranches:
“A Venezuela está presa em um labirinto sem heróis. Cada lado é culpado das acusações que lhe fazem o outro lado. É uma história com um grande e sofrido perdedor, que é o povo.
Ele acreditou no sonho com Chávez e perdeu. Com o sucessor, mergulhou na fome e na desesperança. Não há dúvida de que a cúpula da Venezuela hoje está mergulhada na corrupção e de mãos dadas com o banditismo.
Mas os venezuelanos não podem esperar muito, também do outro lado. Juan Guaidó, aliou-se com lideranças cuja agenda nada tem a ver com o drama venezuelano.
Atende mais aos impulsos de Donald Trump. EUA, Brasil e Colômbia estão usando a ajuda humanitária como arma política contra Maduro, não por ser um governo tirânico, mas por não estar alinhado ideologicamente com eles.
Maduro queima alimentos e medicamentos como se fossem tóxicos e não agudamente necessários. Mas não foram enviados por solidariedade e sim como aríete para arrombar as portas do regime.
É um confronto sem inocentes com milhões de vítimas.”