Estadão: Para Bolsonaro, jornalismo é uma moléstia da sociedade

Para Eugênio Bucci, Bolsonaro abomina a ideia de que o debate público supõe mediadores

Que o clã Bolsonaro e a imprensa não se bicam não é novidade para ninguém. Mas segundo o jornalista Eugênio Bucci, a morte do jornalista Ricardo Boechat ensejou uma manifestação atípica do presidente Jair Bolsonaro.

Em entrevista à Band, o presidente deu a entender, mesmo que quase imperceptível, que reconhece a função questionadora do jornalismo.

Para Eugênio Bucci, Bolsonaro abomina a ideia de que o debate público supõe mediadores
Créditos: Antônio Augusto/ Agência Câmara
Para Eugênio Bucci, Bolsonaro abomina a ideia de que o debate público supõe mediadores

“Desta vez, as palavras do chefe de Estado foram excepcionalmente respeitosas em relação aos profissionais de imprensa”, escreveu Bucci em sua coluna no “Estadão”.

Mas nem sempre é assim. “Em regra, suas palavras têm sido mais ácidas em matéria de liberdade de expressão. Em recente tuíte ele usou o substantivo “canalhice” para desqualificar um título jornalístico que julgou incorreto”, diz Bucci.

Ainda segundo a coluna, para Bolsonaro, “a imprensa seria um atravessador nefasto, um aparelho opositor, uma usina de versões suspeitas sobre os fatos que, além de mentir reiteradamente, é desnecessária em tempos de tecnologias digitais”. O presidente acredita que telefones celulares livrarão a humanidade dessa moléstia chamada jornalismo.