Jogo sujo das milícias digitais contra universidades

13/05/2019 09:00 / Atualizado em 11/09/2019 12:06

Grupos de Whatsapp de milícias bolsonaristas estão orquestrando ataques contra universidades federais. A denúncia é do professor Fabrício Benevenuto, do Departamento de Ciência da Computação da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

De acordo com Benevenuto, que é pesquisador em redes sociais , “o monitor de Whatsapp nesses últimos dias está inundado de memes e imagens contra as universidades federais”.

protesto educação

Segundo o professor, as mensagens mais compartilhadas seguem quase sempre o mesmo figurino: possuem conteúdo sexual, com imagens de jovens nus ou de capas de teses e dissertações sobre o tema supostamente defendidas em universidades federais. Também são comuns alusões à homossexualidade.

“Fui olhar como estava a situação certo dia e apareceram várias mensagens sobre o tema, do nada”, disse ele à Folha.

O sistema realiza varreduras em mais de 500 grupos públicos do aplicativo —em geral, aqueles nos quais a pessoa pode se inscrever a partir de links disponibilizados em sites ou outras redes sociais.

“São monografias/dissertações/eventos ridicularizados por seus títulos e temas”, escreveu o estudioso na semana passada no Twitter.

“São imagens de pessoas nuas em festas e protestos e memes dizendo que os alunos das federais levam mais de 12 anos para formar, pois só usam drogas”, continuou.

“Claramente é um esforço orquestrado. Trabalho de profissional. Segue o mesmo estilo da campanha eleitoral. Quem financia essa fábrica de desinformação?”, questionou.