Prefeito de Nova York vira alvo do governo Bolsonaro
O Palácio do Planalto usou assessor para assuntos internacionais, Filipe Martins, para rebater a declaração do prefeito de Nova York, Bill De Blasio, de que o presidente Jair Bolsonaro é um “ser humano perigoso”.
No Twitter, Filipe chamou De Blasio de toupeira.
“Não há surpresa alguma em ver Bill de Blasio — um sujeito que colaborou com a revolução sandinista, que considera a USSR um exemplo a ser seguido e que faz comícios no monumento dedicado a Gramsci no Bronx — criticando o PR Bolsonaro. Surpresa seria uma toupeira dessas o elogiar”, escreveu.
Não há surpresa alguma em ver Bill de Blasio — um sujeito que colaborou com a revolução sandinista, que considera a USSR um exemplo a ser seguido e que faz comícios no monumento dedicado a Gramsci no Bronx — criticando o PR Bolsonaro. Surpresa seria uma toupeira dessas o elogiar.
— Filipe G. Martins (@filgmartin) April 13, 2019
Às críticas ao prefeito nova-iorquino foram engrossadas por Eduardo Bolsonaro. O filho do presidente associou as críticas de De Blasio ao “globalismo”.
Eduardo replicou publicação do também deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) em que ele escreve: “É a prova que ‘o idiota’ não habita somente a América Latina. ‘O idiota’ está por toda parte” Eduardo completou: “O movimento cultural que ocorre no Brasil ocorre da exata e mesma forma no Chile, Inglaterra, França e, claro, nos EUA. Isso visa a construção de um novo mundo suprimindo as culturas locais. Depois falamos que são GLOBALISTAS e ainda há quem queira fazer chacota conosco.”
O movimento cultural que ocorre no Brasil ocorre da exata mesma e mesma forma no Chile, Inglaterra, França e, claro, nos EUA. Isso visa a construção de um novo mundo suprimindo as culturas locais. Depois falamos que são GLOBALISTAS e ainda há quem queira fazer chacota conosco. https://t.co/vVzFLLKx9R
— Eduardo Bolsonaro?? (@BolsonaroSP) April 13, 2019
Na sexta-feira (12), Bill De Blasio pediu oficialmente ao Museu de História Natural que cancele um evento em que Jair Bolsonaro deve receber o prêmio de personalidade do ano.
“Acredito na Primeira Emenda”, disse o prefeito na rádio WNYC, acrescentando: “Se você está falando de uma instituição apoiada publicamente e está falando de alguém que está fazendo algo tangivelmente destrutivo, estou desconfortável com isso.”
De Blasio apontou para os planos de Bolsonaro para desmatar a Amazônia, que ele alertou que poderia colocar em risco o planeta, bem como seu “racismo evidente” e a sua “homofobia”.
Ativistas ambientais também estão pressionando o Museu de História Natural.
Em nota publicada no Twitter, a administração do museu disse que o “evento externo e privado, no qual o atual presidente do Brasil será homenageado foi reservado no museu antes de o homenageado ser escolhido”.
“Estamos profundamente preocupados, e estamos explorando nossas opções”, acrescentou.
The external, private event at which the current President of Brazil is to be honored was booked at the Museum before the honoree was secured. We are deeply concerned, and we are exploring our options.
— American Museum of Natural History (@AMNH) April 12, 2019
Na quarta-feira, um grupo de representantes de povos indígenas publicaram uma carta aberta no jornal francês “Le Monde” dizendo que a política ambiental de Bolsonaro os deixa às portas de “um apocalipse”.
A premiação é concedida há 49 anos e busca homenagear dois líderes, um brasileiro e um americano, reconhecidos por melhorar as relações entre EUA e Brasil.
O jantar de gala para mais de mil convidados custa US$ 30 mil por pessoa –todas as estradas já estão esgotadas.
No ano passado, Sergio Moro –hoje ministro da Justiça– foi o brasileiro agraciado. Em 2017 foi o tucano João Doria.
A escolha de Bolsonaro já havia sido divulgada no começo de fevereiro, antes da viagem que o presidente fez aos Estados Unidos e da decisão de isentar os turistas americanos da necessidade de vista para entrar no Brasil.