Desfile de Marc Jacobs rende discussão sobre apropriação cultural
A New York Fashion Week vem rendendo discussões importantes. Enquanto Reshma Qureshi, sobrevivente de um ataque com ácido, passou uma mensagem de empoderamento na passarela, o desfile de Marc Jacobs vem sendo acusado de apropriação cultural.
Muitas pessoas apontaram nas redes sociais que o estilista colocou uma maioria de modelos brancas – Kendall Jenner, as irmãs Hadid e Adriana Lima inclusas – usando dreadlocks, que são associados à cultura negra. Marc recebeu uma chuva de críticas no Instagram, e respondeu nos comentários de uma delas: “todos que gritam ‘apropriação cultural’ ou qualquer baboseira sobre qualquer raça ou cor da pele usar o seu cabelo em qualquer estilo ou maneira particular – engraçado como vocês não criticam mulheres de cor por alisarem os seus cabelos. Eu respeito e sou inspirado por pessoas e pela aparência delas. Eu não vejo cor ou raça – vejo pessoas. Sinto muito por ver que tantos têm mente fechada… O amor é a resposta. Apreciação por todos e inspiração que vem de qualquer lugar é algo lindo. Pensem nisso”.
Essa resposta só gerou ainda mais críticas – especialmente porque o estilista deu a entender que alisar o cabelo também seria apropriação cultural. Zeba Blay, mulher negra e uma das autoras do The Huffington Post, observou em um artigo sobre o caso: “[essa resposta de Marc Jacobs] apaga a história e o contexto, e tenta encontrar uma equivalência entre mulheres negras que alisam seus cabelos após séculos tentando se assimilar e ouvindo que seus cabelos naturais são feios e não-profissionais e mulheres brancas que usam bandanas na cabeça [du-rags] tranças e nós bantu, porque eles são ‘legais’ (como as Kardashians, que são celebradas por isso)”.
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Então, Marc Jacobs deu uma segunda resposta:
A questão repercutiu tanto nos últimos dias que o estilista enfim fez uma declaração no seu Instagram. Ele publicou uma imagem com a frase “eu li todos os comentários”, e na legenda, escreveu: “eu agradeço a vocês por expressarem seus sentimentos. Peço desculpas pela falta de sensibilidade que expressei não-intencionalmente, por minha brevidade. De todo coração, eu acredito na liberdade de expressão e na liberdade de se expressar através da arte, roupas, palavras, cabelo, música… TUDO. Claro que eu ‘vejo’ cores, mas eu não discrimino. ISSO É UM FATO! Por favor, continuem a expressar seus sentimentos livremente, mas façam isso de maneira gentil. Nada se ganha ao espalhar ódio com bullying e xingamentos”.