A casa do filme Parasita e seu arquiteto fictício, apaixonado pelo Sol

Contemporânea, ela tem uma fachada de vidro impressionante. No final do filme Parasita, todos se perguntam: "Essa casa existe mesmo?"

Esse texto não tem spoiler (eu acho). E acredito que você tenha caído aqui porque já viu o filme Parasita e procurou algo sobre aquela casa. Vou contar como ela foi projetada. E também como se desenvolveu a pesquisa que definiu o local onde a família pobre vivia. Não dá para falar de uma casa sem falar da outra.

Linhas retas e estilo contemporâneo da casa da família rica
Créditos: Divulgação/Casa.com.br
Linhas retas e estilo contemporâneo da casa da família rica

O filme sul-coreano que ganhou Palma de Ouro no Festival de Cannes 2019, dirigido e roteirizado por Bong Joo-Ho, conseguiu sintetizar o contraste social do nosso tempo no jeito de morar de duas famílias. E me tocou profundamente a delicadeza com que a casa principal, projetada por um arquiteto fictício, chamado Namgoong Hyeonja, se torna o desejo e o símbolo de ascensão. Não é o carro. Não é o tênis. Não é a jóia. É a casa. Ou… talvez… seja o Sol.

O jardim na entrada da casa e o primeiro deslumbramento do personagem com o lugar
Créditos: Divulgação/Casa.com.br
O jardim na entrada da casa e o primeiro deslumbramento do personagem com o lugar

Em entrevista a revistas internacionais logo que o filme foi lançado, diretor Bon Joo-Ho disse que a casa, personagem importante desse enredo, precisava de muito Sol. Segundo ele, a classe social em que uma pessoa está inserida determina a quantidade de luz natural que ela receberá durante o dia.

Quanto mais pobre, menos janelas ou janelas menores. Quanto mais rico, mais janelas e janelas maiores. Esse briefing foi fundamental para o cenógrafo Lee Ha Jun, que percorreu inúmeros terrenos vazios observando exatamente como era o deslocamento da luz do Sol ao longo do dia. Era preciso também entender a locação com o olhar de um arquiteto moderno e famoso.

Na história, a governanta da casa fala de Namgoong Hyeonja como se ele fosse, efetivamente, um profissional conhecido (eu confesso que queria muito ligar o celular no meio do filme para checar no Google se o arquiteto existia mesmo).

Da imensa janela de vidro se vê o jardim. Ricos têm mais acesso a luz natural
Créditos: divulgação/Casa.com.br
Da imensa janela de vidro se vê o jardim. Ricos têm mais acesso a luz natural

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Texto escrito por Marcia Carini, da Casa.com.br.

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