“Baiana System”: o encontro das raízes iorubás com a música urbana

Por: Redação
Dodô e Osmar lançaram o “pau elétrico”, o primeiro instrumento eletrificado que não provocava microfonia

Inspirados pelo bandolim elétrico, Dodô e Osmar deram vida, na década de 40, a guitarra baiana. Mais de 70 anos depois, damos de cara e de ouvidos com o “Baiana System”, uma banda de dub-experimental-latino que mistura o que tem de mais tradicional na Bahia com o que existe de mais contemporâneo na música.

As influências passeiam pelas culturas brasileira, africana e jamaicana. Mas, acima de qualquer coisa, é música urbana: “Eu não gosto da ideia de resgate, porque referencia o passado. A guitarrinha precisa dialogar com o que está se produzindo hoje”, justifica Robertinho Barreto – o idealizador do projeto.

É ele quem comanda as cordas e, ao lado das bases trabalhadas e mixadas do DJ João Meirelles, faz nascer uma infinidade de possibilidades de improviso para os ritmos do sound system’s e para o vocal de Russo Passapusso. No baixo, o produtor do disco Marcelo Seco e, para trazer todas as lembranças da Bahia, o percussionista Wilton Batata.

Para reforçar as referências às manifestações populares da terra de Caymmi e Jorge Amado, como o Carnaval e as demais festas tradicionais baianas, Filipe Cartaxo ficou encarregado pelos grafismos que “cantam” a cidade e suas nuances cotidianas. E para florear ainda mais, o disco conta com a participação de Chico Corrêa, Lucas Santtana, Gerônimo, Roberto Mendes, Buguinha Dub e o mais constante parceiro do grupo, BNegão.

Todo esse peso, apoiado por editais como Conexão Vivo (2010 e 2011), Caixa Cultural (2010) e Oi Futuro (2011) – que teve o show eleito um dos quatro melhores do ano no projeto Prata da Casa do Sesc Pompeia, você ouve e baixa aqui. Já para Dodô e Osmar, nosso eterno agradecimento pelos dez anos dedicados a uma pesquisa que buscava amplificar o som dos instrumentos de corda.