Cérebro Eletrônico, Black Lips, Garotas Suecas, Projeto Manada e Roberto Lima

06/01/2009 13:24 / Atualizado em 18/02/2016 17:15

Confira programa realizado pela Trama Virtual. Nesta edição você ouve as bandas da nova cena musical, Cérebro Eletrônico, Black Lips, Garotas Suecas, Projeto Manada e Roberto Lima.

Saiba um pouco sobre os artistas:

Cérebro Eletrônico

divulgaçãoO grupo
O grupo

Por Philip Jandovsky

O Cérebro Eletrônico é certamente uma das mais criativas e excitantes bandas surgidas da cena alternativa de São Paulo no início do século XXI. Transcendendo os limites tradicionais de gêneros, a música da banda desafia as simples definições enquanto flutua entre a eletrônica, o rock, o pop e a MPB. Ao contrário de outros artistas que foram atraídos pela idéia de canibalismo musical proposto pelo tropicalismo, o balanceamento eclético de gêneros proposto pelo Cérebro Eletrônico não soa forçado ou auto-centrado.

As simples e estranhas melodias, as letras inteligentes, o frescor do som e a elegante produção garantiram ao Cérebro elogios fervorosos da crítica e um público fiel e entusiasta que não pára de crescer.

As melodias da banda são diretas, muitas vezes atraídas pela maneira familiar da cultura pop, mas ao mesmo tempo com arranjos não convencionais e surpreendentes. Tatá Aeroplano, compositor e vocalista da banda, disse em uma entrevista que grande parte da música moderna se parece com os filmes de Hollywood nos quais logo no início você geralmente já sabe o que acontecerá no meio e também prevê e antecipa o final. O Cérebro Eletrônico quer fazer exatamente o oposto com sua música: surpreender o ouvinte.

Black Lips

O quarteto norte-americano Black Lips faz, como os próprios integrantes já definiram, “flower punk” – uma música muito influenciada pelos grupos de garagem dos anos 60, como The Troggs.

Garotas suecas

Os Garotas Suecas não são de nenhum lugar. Cinco garotos e uma garota que estão deslocados de seu local de nascimento pela música. Os Rolling Stones são daqui, Fela Kuti é daqui, Aretha Franklin é daqui e Os Mutantes são de mais longe do que aparentam ser. Livres para circular em qualquer espaço ou tempo, os Garotas Suecas não são de nenhuma época. Jorge Ben é contemporâneo, Sly e a família Stone são contemporâneos. Qualquer entidade futura será nossa contemporânea e nada virá do passado. Os Garotas suecas são daqui e são já.

Projeto Manada

Por Dafne Sampaio

Cidade grande assim é dura. Bate mesmo e às vezes é abaixo da linha de cintura. O pessoal do Projeto Manada sabe disso. Já tomaram uma ou duas porradas, pode acreditar, mas agora decidiram que chegou a hora de revidar. As treze faixas de Urbanidades, disco de estréia do quarteto paulistano, distribuem sopapos, reflexões, críticas, areia no olho e um tanto de carinho em rimas velozes. É que eles também sabem que a cidade é cheia de gente e tem muita gente boa por aí. Cidade grande é assim, amor e ódio e não necessariamente nessa ordem.”Manada se diverte nesse mundo ao avesso” é verso lançado logo na primeira faixa, “Avesso”, e deixa o jogo claro. O que vem pela frente é chumbo grosso, olho aberto e movimento: a vida pode ser boa em “O sol”, os beats ficam nervosos na relação periferia vs. religião em “Mentira salva”, a grana e os números soterram as pessoas em “Retina” e a amizade fala mais alto em “Verdadeira força” e “1 por todos” (com direito a Elis Regina cantando “Um por todos”, de João Bosco e Aldir Blanc, que curiosamente foi lançada na trilha da novela O Grito, de 1975).As rimas se multiplicam sob bases cheias de sons, histórias e referências tanto para a cabeça (“Batalha”) quanto para o quadril (“Zueira” e “Estouro”). É desse jeito que Leco, Macário, PriZma e Venom colocam novos tijolos na construção de um moderno rap brasileiro. Porque rap é vida real, pulsante, um rio caudaloso cheio de vozes. Aí chegam esses quatro paquidermes e colocam suas “patinhas” na água. Pense nas ondas bagunçando a superfície. Pense no barulho. Projeto Manada é mais, muito mais rimas, bumbo e caixa do que você imagina.

Roberto Lima

Roberto Lima iniciou aos 15 anos sua carreira de instrumentista como pandeirista, no qual tem dois trabalhos gravados, acompanhando a banda “Sai de Baixo”. Logo após, já como cavaquinista, produziu o primeiro trabalho com o grupo “Feito em Casa”, formado por Beto Lima, Alan Lima e Roberto Lima Aos 22 anos, integrou-se ao grupo de samba “Redenção”, onde por quatro anos, desenvolveu um grande trabalho como cavaquinista e com cavaco afinação em bandolim Hoje, ingressando o seu novo trabalho, Roberto Lima, vem mostrando suas grandes influências como instrumentista. Nestes 13 anos de carreira, Roberto Lima, teve o privilégio e o prazer de acompanhar grandes nomes do samba como: Monarco, Almir Guineto, Luiz Carlos da Vila, Royce do Cavaco, Diogo Nogueira, Oswaldinho da Cuíca, Velha Guarda do Camisa Verde e Branco, projeto Cafeína entre outros.