Charmosas fotos eróticas de prostitutas francesas dos anos 30

21/05/2015 18:03 / Atualizado em 06/05/2020 21:25

Fotos por Monsieur X e Geoffrey Le Guilcer

 
 

Alexandre Dupouy é um arqueólogo sexual. O colecionador francês passou a vida reunindo o que ele define como “lixo erótico e pornográfico”. Sua loja, a Lágrimas de Eros – que só abre com hora marcada –, vende pinturas, imagens e objetos sexuais há quase meio século. É tipo um pequeno museu que conta a história do sexo na França. Em 1975, um amigo livreiro ligou dizendo estar com um velho cavalheiro que tinha “algo especial para mostrar”. O que ele tinha era um carro de luxo com o porta-malas cheio de fotografias em preto e branco de prostitutas nuas e sorridentes dos anos 30. Ele explicou que tinha tirado a maioria das fotos num bordel na Rue Pigalle. Sabendo que seus dias estavam contados, o homem concordou em compartilhar as imagens desde que permanecesse anônimo. Esse senhor ficaria conhecido como “Monsieur X”.

Quase quatro décadas depois, Dupouy decidiu republicar pela La Manufacture Books parte dessa coleção incrível num livro chamado Mauvaises Filles. A obra é uma coautoria de Dupouy e Monsieur X. Como o fotógrafo não está mais vivo, decidi trocar algumas palavras com Dupouy sobre o livro.

 
 

VICE: Como você descreveria uma típica prostituta parisiense do começo do século 20?
Alexandre Dupouy: O perfil típico era de uma garota que veio até Paris para ganhar dinheiro a fim de alimentar a família, que provavelmente morava numa fazenda do interior. Faminta e desempregada, a garota podia cruzar com uma madame que prometia abrigo e comida. Ela acabava com dez ou 15 garotas na mesma situação. Na época, uma prostituta ganhava quase dez vezes mais que um trabalhador comum. Em 1900, um trabalhador recebia normalmente dois francos por dia, enquanto uma prostituta de rua cobrava cinco francos por trabalho – 10 francos se estivesse num bordel.

Quais eram as condições de trabalho de uma prostituta na época?
De certa maneira, era algo similar ao esporte. Uma prostituta podia trabalhar por dois ou três anos antes de ficar prejudicada. Doenças eram comuns, e acesso à proteção era quase nulo. Camisinhas já existiam, mas não eram obrigatórias. As garotas se limpavam com algo chamado “esponja higiênica”. As esponjas, claro, não tinham nenhuma eficiência.

Alguns dizem que Paris costumava ser a capital mundial da prostituição, certo?
Por volta dos anos 20, isso já tinha se acalmado um pouco. Mas, por um século antes disso, com certeza. De Madeleine a Bastilha, Paris estava cheia de distritos da luz vermelha.

No começo do século 20, a cidade era um centro de prostituição. Naquela época, os homens não tinham uma vida sexual muito excitante com as esposas. Além disso, um homem de classe média casava por volta dos 35 anos. Havia sempre um tio mal comportado para mostrar os prazeres de um bordel quando… [Continue lendo aqui.]