Copa das Artes: arquitetura colombiana, cinema japonês, reggae marfinense e poesia grega se misturam no Grupo C

Série de matérias revela o melhor das artes dos países participantes da Copa; acompanhe

30/05/2014 16:50 / Atualizado em 07/05/2020 10:23

GRUPO C

Colômbia

Apesar de ter nascido e morado em Paris por alguns anos, Rogelio Salmona viveu e morreu como colombiano. Cursava arquitetura na universidade quando conheceu Le Corbusier, que se tornaria seu chefe e mestre.

Sua obra se caracteriza pela referência às raízes latino-americanas, com elementos da arquitetura pré-colombiana integrada ao contexto urbano. O grande destaque é o uso de tijolos aparentes, dando um toque brutalista a seus projetos. Outro recurso comum é o da água como elemento conector, tanto através de canis como de tanques e espelhos d’água.

Entre seus projetos mais conhecidos estão as Torres do Parque, a sede da Sociedade Colombiana de Arquitetos e o Museu de Arte Moderna de Bogotá.

Grécia

Quem pensa em literatura grega provavelmente lembra nomes como Homero, Sófocles, Eurípedes e Ésquilo. Mas, apesar de menos famosa, a produção literária moderna da Grécia é variada e qualificada. Um bom exemplo é Konstantinos Kaváfis, poeta cético e questionador do cristianismo, do patriotismo e da heterossexualidade.

 
 
Considerado por muitos o maior poeta da língua grega moderna, Kaváfis curiosamente não teve nenhum livro publicado em vida. Seus poemas saíram apenas em algumas revistas de Alexandria, sua cidade natal, e em papéis, folhetos e anotações distribuídos a amigos.

Sem piedade e sem pudor, sem dó e sem cuidado
à minha volta espessos muros tão altos quem teceu?

E eis­‑me agora aqui na sorte a que fui dado,
em mais não penso: não me sai da ideia o que aconteceu.

Lá fora há tanto que fazer – tudo ruído!
E, se estes muros construíram, porque não dei por tal?

Não ouvi de pedreiro nem voz nem ruído
E sem saber fiquei fechado, sem vista e sem portal.

Costa do Marfim

Muitas pessoas conhecem Alpha Blondy, o cantor de reggae de fama internacional, mas poucas sabem quem é o marfinense Seydou Koné. Trata-se, na verdade, da mesma pessoa. O homem nascido Seydou e autonomeado Alpha é um dos artistas mais respeitados da Costa do Marfim.

Blondy ganhou fama ao gravar um CD com a banda The Wailers, chamado “Jerusalem”, e também por, cantando em dioula, francês e inglês, carregar suas letras com um conteúdo crítico e político. É dele a autoria do termo “democrature”, que brinca com a junção das palavras “democracy” e “dictature” para fazer referência a alguns governos africanos.

Japão

Apesar de a indústria cinematográfica japonesa ter começado a se desenvolver ainda no século XIX, foi no pós-guerra que o país viu surgir seus grandes diretores – alguns deles colocados até hoje, no mundo todo, nas listas de maiores da história da sétima arte.

Quem colocou o cinema japonês dentro do radar da crítica ocidental foi Akira Kurosawa, com sua vasta e qualificada produção. Suas histórias em que o bem e o mal não se definem claramente, o tornou um dos diretores mais conhecidos do mundo. A partir daí, a construção estética e temática do cinema japonês só continuaria se desenvolvendo. Seja com Yasujito Ozu e suas câmeras baixas e complexas relações humanas, ou com Hayao Miyazaki e suas animações artísticas, fantasiosas e sentimentais.

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