Copa das Artes: Grupo F tem a arte subversiva de León Ferrari, afro-beat de Fela Kuti, a subjetividade de Šejla Kamerić e cinema iraniano

Léon Ferrari questionou os militares e a igreja na Argentina; Fela Kuti gritou por liberdade na Nigéria; Šejla Kamerić aborda os conflitos políticos e subjetivos da Bósnia; e Mohsen Makhmalbaf é um famoso diretor iraniano

A argentina de León Ferrari

 

Léon Ferrari é um artista plástico de Buenos Aires. Sua carreira começou com esculturas abstratas, mas com a repercussão da violência na guerra do Vietnã seu trabalho adquiriu um caráter mais político.

Seu trabalho “Civilização Ocidental e Cristâ”, com Jesus Cristo crucificado em um jato de guerra foi censurado em 1964 por conteúdo ofensivo à igreja.

No final dos anos 60, participou do movimento Tucumán Arde, pioneiro em arte conceitual na América LAtina.

Em 1976, exilou-se em São Paulo. Confira galeria com trabalhos doa artista.

Nigéria: o afro-beat de Fela Kuti

 

O músico nigeriano Fela Kuti nasceu em uma família de classe média alta. Mudou-se para Londres com a intenção de estudar medicina, mas acabou optando pela música.

Voltou para a Nigéria em 1963. Pouco tempo depois, durante a Guerra Civil Nigeriana, conheçou o movimento dos Panteras Negras nos E.U.A, o que influenciaria sua música e visões políticas.

O artista uniu seus conhecimentos musicais e convicções políticas para desenvolver o seu estilo musical, conhecido como afrobeat. Uma mistura de rock psicodélico, jazz e ritmos africanos.

Seu posicionamento político e canções de protesto ganhavam popularidade com a população, mas irritava o regime militar.

O músico compôs “Zombie”, uma crítica direta aos militares e viveu em uma comuna, que foi invadida pelos militares. Na ocasião, sua mãe foi assassinada pelo soldados e o material de seu estúdio foi queimado.

Fela enviou o caixão de sua mãe para o quartel do exército e compôs “Coffin for Head of State” e “Unknown Soldier”.

Bósnia e Herzegovina: a subjetividade de Šejla Kamerić

 

Šejla Kamerić é uma artista especializada em vídeo arte, filmes, instalações e design de livros. Seu trabalho é baseado nas heranças dos conflitos na região dos Bálcãs, adaptação da sociedade ao capitalismo e o processo de criação e perda das identidades nacionais.

Ela aborda o declínio de Saravejo, as identidades étnicas e os conflitos políticos da região de maneira pessoal e subjetiva.

 
 
 
 

 Irã: o cinema político de Mohsen Makhmalbaf

 

Mohsen Makhmalbaf é escritor, editor, ator e produtor de filmes. Ele faz parte do movimento “new wave” do cinema iraniano.

Na adolescência, lutou contra a ditadura no Irã, foi ferido por tiros de bala da polícia e ficou preso por cinco anos. Chegou a perder o uso das pernas devido a tortura, mas graças à procedimentos cirúrgicos voltou a andar.

Ele conseguiu fugir de um atentado a morte da polícia secreta durante a gravação de um filme.

Moshen Makhmalbaf 27 tem livros literários e histórias e dirigiu 25 filmes em seis países: Irã, Afeganistão, Turquia, Paquistão, Tajiquistão e na Índia.