Copa das Artes: Grupo H tem violência urbana e muitas posições políticas

Série de matérias revela o melhor das artes dos países participantes da Copa; acompanhe

02/06/2014 12:06 / Atualizado em 07/05/2020 10:23

GRUPO H

Bélgica

Stromae quer dizer “maestro” em uma gíria belga que inverte as sílabas das palavras. Stromae (pronuncia-se istromai) também é o nome artístico de um jovem belga de 28 anos que faz sucesso no mundo inteiro com um hip-hop mixado com música eletrônica. Com ascendência ruandesa, Paul van Haver canta, em francês, muitos trocadilhos que misturam temas sérios com provocações.

O músico, conhecido por ser eclético, define suas criações como algo entre o dance, a rumba, a salsa e a “chanson fraçaise”. Mas boa parte de sua fama vem da originalidade e da irreverência. Ano passado, Stromae apareceu bêbado no centro de Bruxelas gritando “formidable!”. Foi filmado por várias pessoas e certa polêmica foi criada acerca do caso.  Dias depois, era lançado o videoclipe “Formidable”, que conta a história de um homem abandonado pela mulher, filmado com câmeras escondidas.

Entre os vídeos abaixo está o que o cantor tentou gravar com a seleção belga que vem ao Brasil neste ano. A canção, “Ta Fête”, é o hino da equipe nacional, conhecida como os “Diabos Vermelhos”.

Argélia

Durante a greve de estudantes argelinos em Paris, em 1956, uma jovem escritora publicava seu primeiro livro, chamado “La Soif” (A Sede). Mas o conteúdo político e histórico do romance e os 20 anos de sua autora fizeram com que Fatema Zohra Imalayen adotasse um pseudônimo para a publicação. E foi como Assia Djebar que a argelina se tornou mundialmente conhecida.

Sua obra trabalha com temas relacionados à emancipação feminina e à vida no Magreb. Posicionando-se sempre contra o patriarcalismo e contra o colonialismo, Djebar, através de sua bibliografia, tentou criar uma genealogia de mulheres argelinas fortes, fictícias ou reais.

Além da literatura, Djebar também escreveu dois roteiros de cinema, lecionou história na Universidade de Argel e produziu artigos de crítica literária, cinematográfica e teatral.

 
 

Rússia

De murais pintados em construções públicas e privadas a instalações audiovisuais, não são poucas as obras do artista de rua russo Pavel 183. Mas não é apenas pelo teor político de suas imagens e frases que ele foi comparado, durante boa parte de sua vida, ao britânico Banksy. Pavel também optou por esconder do público sua identidade verdadeira.

Mas, apesar das semelhanças, o russo não gostava muito da comparação, pois considerava seu estilo diferente do de Banksy. O artista, formado em design,utilizava preto e branco para criar murais realistas, criticando muitas vezes a forma pela qual a publicidade cerceava o livre arbítrio das pessoas. Mesmo assim, quando Pavel faleceu, em 2013, Banksy lhe prestou uma homenagem, “ascendendo uma vela” para o russo.

Coreia do Sul

Brutalidade perfeitamente enquadrada. Essa é a marca principal do diretor sul-coreano Chan-Wook Park. Suas principais obras são “Zona de Risco” (2000) e a chamada “Trilogia da Vingança”, composta por “Mr. Vingança” (2002), “Oldboy” (2003) e “Lady Vingança” (2005).

Park atingiu grande fama não só em seu país natal, onde milhões de pessoas compareceram às salas de cinema para vê-lo, mas também no mundo todo. O diretor, que tem como um de seus fãs declarados o colega de profissão Quentin Tarantino, ganhou o Grand Prix do Festival de Cannes em 2004 com “Oldboy” – filme que conta a história de um homem mantido em cativeiro por 15 anos em um quarto de hotel sem saber o motivo.

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