Fotógrafa transformou as amigas em personagens e suas casas em cenários; leia entrevista
Personalidades são retratadas de maneira exagerada com figurinos e objetos cotidianos
No projeto Ô de Casa, a fotógrafa Mayra Azzi retratou amigas em seus respectivos lares, representando suas personalidades de maneira exagerada e com objetos cotidianos.
O processo criativo envolve passar uma tarde com o personagem retratado, criando realidades e exagerando os fatos.
Conversamos com a fotógrafa sobre o projeto. Confira.
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Catraca Livre: Por quê fotografar as pessoas em suas casas?
Mayra Azzi: Quando morei em Buenos Aires comecei a prestar atenção na casa das pessoas. Antes mesmo de pensar no ensaio, visualizava como seria a locação para fotografar.
Percebi também que cada pessoa tem uma relação muito forte com o espaço que vive e passei a explorar as duas coisas.
A pessoa em sua casa, explorando o espaço que mora e como ela se relaciona com o lugar que habita.
Assim acabam descobrindo novos espaços enquanto fotografo, descobrindo novos cantos na própria casa.
CL: Como é criar os personagens?
M.A. – Na verdade, é tudo no improviso. A gente vai fazendo sem saber aonde vai chegar e se vai dar certo ou não. Como fotografo pessoas que já conheço, a gente tem uma afinidade maior a pessoa acaba se soltando mais. As coisas vão acontecendo.
Nos pensamos nas situações juntas eu dirijo um pouco as cenas mas se a pessoa se sente a vontade de criar novas situações ela tem liberdade para isso.
Nós pensamos nas roupas e objetos, eu sempre penso em lugares da casa que seria interessante explorar e personagens que combinariam. Assim acabo direcionando um pouco.
CL: Depois de registrar tantos personagens distintos, consegue enxergar algo em comum entre eles?
M.A – Como as fotos são tirados no universo de cada um deles, eles se sentem muito mais a vontade. Conhecem o ambiente e os objetos. É muito mais fácil do que fotografar em um ambiente desconhecido.
Por sorte, todas as pessoas que fotografei ficaram super a vontade, nunca tive problema com alguém que ficou travado Uns podem ser mais tímidos que os outros, é claro.
O mais legal é que ninguém era modelo profissional (apenas um ensaio foi realizado com modelo). É uma situação nova para aquela pessoa e fica todo mundo super contente.
A gente acaba se divertindo. É uma tarde que passamos juntos, um momento agradável.
CL: Quais os próximos passos do projeto?
M.A -É um projeto que convido as pessoas, mas o que tem acontecido é agora as pessoas tem se interessado em participar. Eu só fazia com mulheres e agora tem muitos homens.
Um amigo mesmo havia me procurado e respondi que o projeto era mais feminino. Ele expós uma personagem feminina, um homem que se veste de mulher. Ele abraçou a ideia.
Acredito que agora vou abrir para os homens, que é um universo que não conheço muito. Como sou mulher, fotografar homens é um desafio para mim.
As pessoas interessados em participar podem entrar em contato.