Funcionalidade, beleza e inovação na arquitetura da vida selvagem

A arquitetura nos impressiona por sua beleza, funcionalidade ou inovação. Mas sempre que pensamos em uma bela composição arquitetônica imaginamos projetos feitos por arquitetos, engenheiros, designers, etc. Todos humanos.

Também existem arquitetos no mundo animal. Várias espécies de pássaros, insetos, mamíferos e répteis são capazes de erguer monumentos ou simples estruturas que lhes deem segurança e conforto.

Confira abaixo algumas delas.

Formigueiros de formiga-lava-pés em Hessen, Alemanha. Apesar de medirem um centímetro, as formigas são capazes de erguerem obras de quase dois metros de altura e cinco metros de largura. Internamente, um sistema de caminhos ramificados garante o transporte de comida e impede a entrada de água.

 
Créditos: Ingo Arndt
 

Alguns cupinzeiros chegam aos seis metros de altura. No norte da Austrália, há enormes campos cheios deles. As construções são voltadas para o sul e têm um engenhoso sistema de ventilação, que permite o controle da temperatura do interior. Cada uma pode abrigar de dois a três milhões de cupins.

As formigas Oecophylla, também do norte da Austrália, constroem suas casas co folhas puxadas e amarradas com fios de seda produzidos por suas larvas. Um “formigueiro” desses é construído em 24h.

 

Os pássaros Ptilonorhynchidae cinzentos erguem seus ninhos com gravetos entrelaçados e depois cobrem o piso com objetos de decoração. Quanto mais hábil for o macho na construção de seu ninho, maior a chance de atrair uma parceira. Qualquer coisa com cores marcantes é usada para decorar o chão, como flores, frutas, folhas, cogumelos, musgos e até mesmo o lixo deixado para trás pelos seres humanos nas montanhas Arfak da Indonésia.

Um ninho de vespa de madeira mastigada. As vespas costumam usar um tipo de papel criado a partir de partículas de madeira e secreções para construírem suas habitações. O papel que usamos hoje nasceu da observação da ação do animal. Normalmente, os ninhos de vespas são formados por vários favos horizontais, alinhados em linhas paralelas. Várias camadas de papel de vespa fecham o conjunto por fora, com apenas uma pequena entrada. As camadas oferecem proteção e o ar entre os favos evita oscilações de temperatura.

As tocas de castores só são acessíveis por entradas debaixo d’água, o que dá aos roedores proteção contra predadores, frio e calor. Eles regulam o nível da água  com camadas de barragens, o que também ajuda no transporte de comida e dos materiais de construção.

As imagens são do livro “Animal Architechture”, do fotógrafo especializado em vida selvagem Ingo Arndt. Ele passou dois anos viajando pelo mundo e pesquisando a linguagem arquitetônica da natureza.

Via Arquitetura Sustentável.