Intervenção “Terra da Garoa” na Avenida Paulista

A intervenção Terra da Garoa se apropria das sarjetas das nossas ruas, realizada na esquina da Avenida Paulista com a Alameda Ministro Rocha Azevedo. Esse trabalho foi todo feito com restos de embalagens e visa representar a seca em nossa cidade.

Construir cada vez mais e mais reservatórios não é a melhor solução, temos que nos conscientizar de que o planeta é único e que o desmatamento desenfreado da Amazônia influencia diretamente a vida aqui em São Paulo. Ela é responsável por levar 20 bilhões de toneladas de água por dia do solo a atmosfera e este vapor de água lançado pela Amazônia é que deveria virar chuva em São Paulo, esses chamados “rios voadores” são responsáveis por mais da metade das chuvas que caem na nossa cidade. Sem a Amazônia, estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul seriam um grande deserto.

A devastação da Mata Atlântica no estado de São Paulo é outro grande problema que agrava a situação que nos encontramos hoje em dia. A cidade que trocou a natureza pelo concreto cobrindo os rios, agora poluídos, por um tapete de asfalto (representados pelas linhas vermelhas) que não os deixa respirar e transpirar fez com que uma grande massa de ar quente se formasse na atmosfera. A água da chuva que deveria ser reabsorvida pelo solo não consegue completar o seu ciclo, agora impermeabilizado, indo diretamente para as bocas de lobo. O ambiente de São Paulo está tão aquecido que bloqueia os “rios voadores”, já enfraquecidos pelo desmatamento da Amazônia e que acabam desabando no Acre e em Rondônia.
Os produtos naturais são finitos e o planeta já está dando sinais visíveis desse desequilíbrio, refletindo nas pessoas e em todo nosso ecossistema que está gravemente comprometido.


A cidade de São Paulo era conhecida como a “terra da garoa” e esse apelido hoje em dia não nos cabe mais, uma vez que esse fenômeno está cada vez mais raro. O objetivo dessa instalação é que ela tenha causado uma provocação e uma reflexão nos indivíduos e em seus hábitos de consumo que devem ser repensados. Uma economia de inclusão que pense no planeta e nas pessoas poderia ser implementada. Porque não devolver a Terra aquilo que lhe foi retirado, de alguma forma? A riqueza de um ser humano não pode e não deve ser medida pela quantidade de coisas materiais que se tem. Rico é aquele que sabe reconhecer a importância do usufruto de sua riqueza pelos demais indivíduos, seja ela intelectual ou material.

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