Jornalista vende fotos de comunidades isoladas para custear sua pós-graduação em ação humanitária

Amanda Nero foi aprovada na pós-graduação de seus sonhos, mas sem bolsa de estudos, o que a obrigou a pensar numa alternativa para conseguir o dinheiro

29/08/2014 16:46 / Atualizado em 04/05/2020 14:51

Depois de três anos tentando conseguir uma bolsa de estudos para ingressar no NOHA – uma pós-graduação de um ano e meio em Ação Humanitária Internacional -, a jornalista e fotógrafa Amanda Nero recebeu uma mensagem dizendo que foi aceita. Esse seria um final feliz para a história da jovem se não fosse um pequeno e dispendioso porém. Ela conseguiu a vaga como aluna normal, ou seja, sem bolsa, e para fazer o curso – que é integral – teria arcar com gastos como a universidade em si, além das despesas de viagem, livros, acomodação, alimentação, transporte, seguro saúde, etc.

Num primeiro momento Amanda pensou em desistir, mas dada à sua aversão por covardia e chorumelas, ela teve uma sacada muito bacana para custear sua viagem. Decidiu vender na internet as fotografias que reuniu ao longo de anos de viagens e exploração de lugares isolados, exóticos, de comunidades e pessoas em países como Etiópia, Irã, Camboja, Vietnam e Paquistão, entre outros. “Há algum tempo eu queria fazer algo com as minhas fotos. Amigos diziam que eu deveria fazer um livro, outros diziam que eu deveria fazer uma exposição e eu achava um desperdício deixar os meus “pedaços de mundo” esquecidos num HD”, conta a jornalista-fotógrafa.

Além da pós-graduação, parte da renda arrecadada com a venda das imagens será doada à ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados). No blog Indagoo, qualquer pessoa pode comprar as imagens impressas no tamanho 30X40cm, com valor mínimo sugerido de R$ 70. “Preciso vender cerca de 1.500 fotos para pagar tudo. Mas, quando o Indagoo atingir a meta, eu pretendo utilizar a verba “excedente” arrecadada em projetos sociais”, Amanda esclarece. Ela explica também que colocou 70 reais como um valor mínimo, mas que as pessoas podem ajudar com mais se desejarem “Tem mais gente do que eu esperava pagando mais do que isso”, comemora.