Jovens soviéticos pirateavam discos de rock em chapas de raio-x nos anos 1950
Milhões de discos de jazz, rock'n roll e boggie woogie foram pirateados na URSS
Nos anos 50 e 60, o acesso aos discos fora dos Estados Unidos e Inglaterra não era fácil. Os álbuns demoravam a chegar e eram caros.
No Brasil, é comum ouvir histórias de grupos de amigos que reuniam-se para ouvir discos com anos de atraso.
Em um período onde o mundo ainda vivia a polarização da Guerra Fria, os jovens da União Soviética não podiam ouvir os discos de jazz, boogie woogie e rock’n roll devido aos embargos econômicos e culturais – o governo de Stalin havia proibido a disseminação de música do ocidente.
- São Paulo terá maior fábrica de discos de vinil da América Latina
- Loja mais antiga da Galeria do Rock tem mais de 100 mil discos de vinil
Porém, um grupo de jovens chamado “stilyagi” (algo semelhante aos hipsters de hoje, segundo o Fast Company) prensava e distribuía os discos de rock utilizando chapas de raio-x. A técnica foi chamada de bone music (música dos ossos, na tradução livre).
Eles coletavam o material em hospitais e faziam as cópias em casa, que tinham apenas um lado e baixa qualidade. Os “discos” eram prensados em vitrolas adaptadas, cortados em círculo com uma tesoura de manicure e o círculo central era feito com cigarros.
No mercado negro, eram vendidos por preços populares e tocavam em vitrolas comuns.
Em pouco tempo, uma rede de cópia e distribuição de música foi criada. Eles chegaram a distribuir milhões de discos segundo o Fast Company.
A subversão não durou muito tempo. Em 1958, os oficiais do governo soviético descobriram a estratégia e aboliram a prática.
O vídeo abaixo, trecho do filme “Stilyagi”, conta um pouco da história do rock na Rússia.
Via Fast Company.