“Lembra?” de Rafael Castro? Ganhe o novo disco e nunca mais se esqueça

15/10/2012 15:55 / Atualizado em 18/02/2016 17:13

A pior sensação do mundo é quando a gente esquece uma piada. “Lembra?”, não lembro. E do esquecimento nasce mais um disco (disponível para download) de Rafael Castro, que encarna seu papel de músico, cantor, compositor, produtor e avisa que a história verdadeiramente engraçada – como sugere uma de suas canções -, é aquela que faz “Rir-chorar”.

Para o disco de estreia (como chamamos o primeiro CD físico), molhou a pena em nanquim ácido e se despediu do humor caricato: “nos outros era meio um samba do criolo doido”, satiriza. E completa: “não queria estereotipar demais, por isso optei pelo caminho mais “‘sombrio’”.

Quanto tempo leva para uma piada perder a graça? Para ele, apenas uma dança, como quando insiste em: “Me chama pra dançar”. A princípio, parece apenas querer se divertir, mas em um de seus movimentos anuncia, exausto: “Eu já não estou suportando esse barato de ser social”.

A faixa acima, do disco “Maldito” (2008), junto a seus outros 7 irmãos – “Fazendo Tricot” (2006), “40 dias em Hong Kong” (2007), “A Serenata do Capeta” (2007), “Combustão Espontânea” (2007), “Amor, Amor, Amor” (2008), “Raíz” (2009) e “O Estatuto do Tabagista” (2009) -, nasceu do casamento de Rafael com a internet, sendo composto, cantado e produzido por ele, mas concebido por ela.

O “punk caipira”, como se auto-intitula, é acompanhado pela banda “Os Monumentais”
O “punk caipira”, como se auto-intitula, é acompanhado pela banda “Os Monumentais”

Seis anos depois, ele ainda relembra, em “Lembra?”, outros assuntos engraçados-melancólicos junto a participação de Tulipa Ruiz, Maurício Pereira e Pélico, como a decadência da indústria fonográfica em “Pra vender mais, agradar mais, se falar mais” e a indiferença do  “Surdo-Mudo” em uma sociedade apática.

Lembra Raul Seixas e rock brasileiro dos anos 70, ou ainda Cazuza e sua eterna crítica à burguesia, que quer ficar rica. Lembra muita coisa, mas é tão original quanto sua filosofia: “Com tanta pressão moral dentro da sociedade , é hipócrita colocar a culpa no indivíduo”, defende sua natureza.

“Lembra?” também lembra todos os outros discos virtuais de Rafael, por sua sagacidade e capacidade de reagir ao humor banal, criado na idade das pedras e cultuado até nossa era de mentes “contemporâneas”. A diferença é que este se despe e se despede das gargalhadas escrachadas e assume um humor ainda mais inteligente, como toda brincadeira séria deve ser.

Ouça “Lixo”, faixa do novo álbum: