Lygia Fagundes Telles e Mario Bortolotto se reúnem para lançamento de “Retornar com os Pássaros”
O tempo é o elo perdido do Universo.
Quanto tempo ainda tenho de vida?
Todo dia penso em começar uma nova vida
A livraria da vila realiza sessão de autógrafos e bate-papo com o escritor Pedro Maciel. O dramaturgo Mario Bortolotto e Lygia Fagundes Telles estarão no evento que marca o lançamento de “Retornar com os Pássaros”. Leia trecho do livro.
Na obra do escritor Pedro Maciel, “Retornar com os Pássaros”, as palavras são exatas e precisas. Imersas em puro sentimento, a sensibilidade do autor faz com que o texto simplesmente flua, sem interrupções até mesmo para a própria respiração. A todo momento o pulsar da vida é rememorado de forma vívida. Como o poeta Ferreira Gullar definiu, o romance é “muito bonito, inteligente e instigante”.
O lançamento da editora LeYa Brasil apresenta ao leitor um livro único, que toca em sentimentos marginalizados nos dias de hoje. Em seu terceiro trabalho, o escritor mineiro tem surpreendido intelectuais brasileiros, como Moacyr Scliar e Luís Fernando Veríssimo, com o formato original, ousado e poderoso que compõe sua prosa.
Em tempos de padronização de gostos em alta escala, o romance provoca a reflexão no leitor desorientado e instiga à escuta dos próprios desejos. A prosa de Pedro Maciel é original, e as palavras tomam novos significados dentro de seu estilo único e desafiador. A linguagem se reinventa a cada capítulo.
“Retornar com os Pássaros”, ao longo de suas 176 páginas, aborda temas atuais e recorrentes, sobre os quais nem sempre se pode refletir. Por isso, ao discutir a beleza e o preciosismo do “tempo”, o autor desconversa afirmando: “Quando me apresso, apresso-me lentamente”. O tempo, aliás, está muito presente ao longo de toda a prosa: o assunto é desmembrado por Pedro Maciel em diversas formas e pontuações.
Do mesmo modo que a complexa discussão a respeito do passado, presente e futuro, as palavras do romance são recheadas de questionamentos, sempre em busca da noção da descoberta de si mesmo. O autor reflete: “O espelho esconde quem realmente somos, reflete ou define algo estranho a nós. Quem eu me vejo no espelho?”
Em total sintonia com o conteúdo, a diagramação original do livro também chama a atenção. O texto aparece no canto inferior esquerdo de cada página, valorizando o vazio e o branco deixados em cada capítulo da história. Outra curiosidade do livro é que os títulos de cada capítulo são frases selecionadas do capítulo anterior, o que reforça a ideia de continuidade e o valor profundo que uma sentença consegue despertar.
“Antigamente, não podia entender por que minhas perguntas ficavam sem respostas; hoje, não posso entender como é que pensei ter a capacidade de perguntar. Na verdade, eu realmente não pensava: eu apenas perguntava”
Por Redação