Maori: A cultura que anda de mãos dadas com a tradição e que vai muito além da tatuagem
Saudação Respeitosa entre dois Chefes Maori[/img]
Para os Maori a tatuagem era um rito de passagem altamente reverenciado, e até hoje eles fazem isso pra não perder a essência. A tatuagem geralmente começa a ser feita na adolescência dos habitantes do povo da tribo. O incrível da arte Maori de raiz é que nenhum desenho até hoje é igual ao outro, todos eles são diferente e únicos. Por isso que as tatuagens Maori como nós a conhecemos hoje em dia com desenhos como tartarugas e etc, NÃO TEM SIGNIFICADO NENHUM! Os desenhos da tribo Maori são feitos com um estilo muito intrincado e detalhado, mostrando não só a habilidade do tatuador quanto a cultura do seu povo.
O tatuador da tribo Maori é conhecido como TOHUNGA TA MOKO que significa “especialista em Moko”. Esses tatuadores são altamente respeitados e são considerados TAPU, que significa “inviolável” ou “sagrados”, os tatuadores da tribo geralmente são homens, mas algumas poucas mulheres já dominam a técnica.
Como a arte Maori se tornou popular?
A arte da tatuagem Maori veio para a Nova Zelândia trazida pelos povos da Polinésia em 1769, pelo capitão James Cook. A palavra TATTOO é uma adaptação que o capitão Cook fez da palavra TATAU usada na polinésia, que seria uma onomatopeia do som que o bambu faz enquanto se está tatuando: TA TA TA TA TA. Mais tarde exploradores europeus ficaram fascinados com a cultura e tradições do povo maori. Naquela época o povo da tribo tinha por hábito pegar as cabeças tatuadas de inimigos mortos em guerra, e colocavam em caixas bem ornamentadas como se fossem troféus como um símbolo de poder, conquista e proteção.
Nessa época os europeus faziam muitas viagens de mantinham sempre contato com o povo Maori, mais tarde um grupo de missionários voltou e estudou mais a fundo as tradições Maori e tentaram introduzir as ideias do cristianismo na tribo. Em 1814, eles voltaram pra Europa com um líder Maori chamado HONGI. O tempo que Hongi ficou fora de sua tribo ele trabalhou junto com um professor da Universidade de Oxford pra traduzir a Bíblia para a língua dos Maori. Foi garantida a ele uma visita ao Rei George IV e um baú cheio de presentes pelo seu esforço em ajudar o professor da universidade.
Hongi trocou os presentes por alguns mosquetes e muita munição para eles no caminho para casa, em Sydney. Quando chegou na Nova Zelândia, ele usou os mosquetes pra uma série de ataques à tribos rivais. E mais tarde os Maoris descobriram que os Europeus estavam trocando armas e munições por cabeças de guerreiros Maoris. Assim muitas tribos também faziam ataques aos seus vizinhos sem motivo nenhum, somente pra satisfazer a sede de poder, armas e munição. As cabeças enviadas para os europeus eram vendidas para museus e colecionadores excêntricos.
Com isso, os Maoris começaram a matar pessoas que nem mesmo faziam parte de tribo alguma e tatuavam as suas cabeças depois da morte, somente pra trocar por mais armas e munição. Mesmo cabeças com tatuagens mal feitas e sem detalhe nenhum, visivelmente dava pra se notar que não eram originais de um guerreiro Maori, eram aceitas pelos Europeus, aumentando ainda mais a matança desenfreada nas tribos antes amigas.
Um dos maiores colecionadores de cabeças Maori, foi o Major General Horatio Robley, que em vida conseguiu juntar mais de 35 cabeças. Hoje em dia, 30 das 35 cabeças de sua coleção pode ser vista no Museu de História Natural de Nova York. Ele também escreveu um livro chamado MOKO, que dá detalhes enormes sobre os significados e histórias do povo Maori.
Assim como eu muitos devem estar espantados com o início desse nosso aprofundamento na história e significados das tatuagens Maori. Nas próximas matérias vamos aprender um pouco mais sobre essa cultura que ganhou milhares de adeptos no mundo todo. Abaixo um pouco da coleção macabra de cabeças Maori e alguns guerreiros Maori contemporâneos. Até a próxima!
Via: Portal Tattoo Place